Indígenas Warao estão entre público alvo de projeto de vacinação em Manaus

Redação Planeta Amazônia

Indígenas do povo Warao, refugiados e migrantes venezuelanos não indígenas vão ser o público alvo do projeto “ Vacina para todos” que está sendo executado pela Organização da Sociedade Civil (OSC) Hermanitos, em Manaus e tem como objetivo vacinar contra a Covid 19, mais de três mil venezuelanos.

Para isso, a iniciativa fará a produção e distribuição de material informativo (como cartazes, flyer, cartilhas e outros impressos), além da divulgação de vídeos com orientações sobre a importância da vacinação, prevenção da doença e como acessar a rede pública de saúde. Também haverá uma ampla divulgação nas redes sociais, inclusive com posts em espanhol e na língua indígena Warao.

Projeto quer levar imunização a refugiados e migrantes venezuelanos, não indígenas e indígenas, em Manaus/ foto: Divulgação

O projeto está sendo realizado em Manaus, que é considerado um dos principais destinos de pessoas refugiadas e migrantes da Venezuela, atrás apenas de Boa Vista (RR). Atualmente, estima-se que aproximadamente 40 mil venezuelanos estejam no Amazonas, segundo dados da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR).

 O diretor presidente do Hermanitos, Tulio Duarte, afirma que o “Vacina para todos” também terá um direcionamento especial para os indígenas do povo Warao, com materiais produzidos na língua nativa e ações focadas nessas comunidades.

“Para atingir o público-alvo, com respeito às diversidades, a iniciativa também promoverá ações de educação permanente com atualizações e capacitações dos profissionais das equipes técnicas de saúde de referência, e a elaboração de materiais técnicos de apoio”, comentou Tulio Duarte.

As ações do projeto Vacina para Todos ainda têm como objetivo a vacinação em Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Manaus, além de abrigos e locais de concentração da comunidade venezuelana.

O projeto Vacina para Todos é realizado pelo Hermanitos, com incentivos  da USAID (Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional), por meio do NPI EXPAND e SITAWI (Finanças do Bem). Juntas, essas instituições formaram uma parceria para apoiar a “Resposta à COVID-19”, na Região Amazônica Brasileira.

Mais informações

Aproximadamente 7,1 milhões de venezuelanos (em torno de 20% do total) vivem atualmente como migrantes ou refugiados em diferentes partes do mundo, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), de setembro de 2022. De acordo com a Organização dos Estados Americanos, a OEA, os venezuelanos deixam seu país não por causa de uma guerra convencional ou de um desastre natural, mas por cinco razões primordiais: uma emergência humanitária complexa, violações dos direitos humanos, violência generalizada, o colapso dos serviços públicos e o colapso econômico.

A América Latina e Caribe somam mais de 5.960.556 venezuelanos. Este número supera o total da população de 100 países e territórios, entre eles Costa Rica, Noruega e Irlanda. Os migrantes e refugiados venezuelanos podem caminhar até quatro mil quilômetros, por meio do continente, para chegar a outro país e obter as suas necessidades básicas.

Segundo dados da ACNUR,  em 2014, no município de Roraima, ocorreu o primeiro registro da presença de indígena Warao no Brasil. Ao final de 2016, ocorreram os primeiros deslocamentos dos Warao em Roraima e Amazonas. Em 2018, os Warao passaram a se deslocar para o interior do estado do Pará. Dois anos depois, os deslocamentos de Warao já compreendiam ao menos 74 cidades das cinco regiões brasileiras.

By emprezaz

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