Instituto  promove valorização da cultura dos povos indígenas no Amazonas

Cassandra Castro

Um trabalho que surgiu dentro da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) como um diretório de pesquisa voltado para atender demandas vindas dos povos tradicionais do estado. Assim começou a trajetória do Instituto Tabihuni que se tornou um espaço de apoio com atuação forte nas áreas de educação escolar indígena, fomento das práticas rituais , performance e arte.

O criador e coordenador do Tabihuni, antropólogo Luiz Davi Vieira, explica que a evolução de diretório para Instituto de Pesquisa aconteceu justamente para ampliar o leque de apoio aos indígenas. “As demandas vêm dos parceiros, dos indígenas que trabalham conosco, das associações indígenas e  a gente vai acolhendo da maneira que a gente consegue.

Integrantes do Instituto realizam atividades em vários leques de conhecimento/foto: acervo Instituto Tabihuni

Davi Vieira tem uma trajetória consolidada de ações voltadas para os povos indígenas. Durante 10 anos, ele atuou entre o povo yanomami que vive no estado do Amazonas como antropólogo e esta experiência só agregou mais experiência e a vontade de ajudar ainda mais os indígenas.  Ele explica que estar inserido no contexto amazônico faz com que todos os que atuam no Tabihuni se sintam pertencentes ao universo dos povos originários. “ Os indígenas estão em todos os lugares, estão na Universidade, na pesquisa, no mestrado e doutorado. Todos os indígenas que estão conosco no projeto, já estão há muito tempo”. Um exemplo de ação surgida para atender necessidades dos indígenas foi a publicação de um livro em Yanomami para ser usado em uma escola da comunidade.

Outra profissional que também integra o Instituto Tabihuni é a pesquisadora Viviane Palandi. Ela é do interior de São Paulo e está em Manaus desde 2019. Ela conheceu o ainda Diretório de Pesquisa Tabihuni durante a graduação que fez em teatro pela UEA. Viviane destaca a heterogeneidade do grupo: “Somos de diferentes formações, dança, teatro, educação, antropologia, designer, brincante, neófitos em tradições espirituais e muitos outros conhecimentos que se integram, dessa forma tocamos em assuntos que se convergem como a arte, espiritualidade e educação, gerando um dinamismo vivo e contínuo, pois estamos em constante movimento com nossas pesquisas, que tem suas particularidades e também se encontram coletivamente. O retorno tem sido positivo e proporcionando entusiasmos para seguir construindo”.  

A cooperação mútua com diálogo e respeito são a marca do trabalho realizado/foto: acervo do Instituto Tabihuni

O Instituto tem projetos de extensão, publicações, livros e revistas, além de também não parar de realizar pesquisas. Para 2023, as metas já estão definidas. “ As demandas sempre aumentam, os povos tradicionais pedem ajuda todos os dias, de vários tipos. Queremos manter as parceiras já estabelecidas dos projetos em vigor e tentar observar novas fontes de parceria e financiamento para manter o que já está sendo feito”, conclui Luiz Davi Vieira.

By emprezaz

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