Liderança indígena Munduruku recebe o “ Nobel Verde” por luta no Tapajós

Redação Planeta Amazônia

A liderança indígena Alessandra Korap Munduruku, 39 anos, foi premiada no Goldman Environmental de 2023, na noite dessa segunda-feira, 24, em São Francisco, Estados Unidos. A premiação, também conhecida como “Nobel Verde” é considerada a mais importante para ativistas ambientais. Ela é a quarta personalidade brasileira a ser homenageada com o prêmio na categoria América do Sul e Central.

Alessandra Munduruku foi escolhida para a premiação por sua dedicação e liderança na luta do povo Munduruku pela defesa de seu território contra o garimpo ilegal, em especial, pela campanha contra a atuação da empresa britânica de mineração Anglo American, que pretendia extrair cobre no território indígena Sawré Muybu, no Pará.

Devido à pressão, a corporação se comprometeu, em maio de 2021, a formalmente retirar os 27 pedidos de pesquisa feitos à Agência Nacional de Mineração (ANM). Desses, 13 impactavam diretamente o território dos Munduruku. 

Alessandra foi alvo constante de ameaças e ataques durante luta contra empresa britânica de mineração entre 2019 e 2021/foto:Christian Braga_ISA

Alessandra Munduruku, que atualmente estuda Direito na Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), foi a primeira mulher a presidir a Associação Indígena Pariri, que representa mais de dez aldeias do Médio Tapajós. Recentemente, ela e outras lideranças dos povos Yanomami e Kayapó lançaram um dossiê com um panorama do avanço do garimpo ilegal nos territórios desses três povos, considerados os mais afetados pela atividade ilícita.  Criada em dezembro de 2021, a Aliança em Defesa dos Territórios, articulação política dos povos Yanomami, Munduruku e Kayapó, atua conjuntamente contra o garimpo e outras atividades que destroem as Terras Indígenas onde vivem

No seu discurso durante a cerimônia de premiação, Alessandra falou sobre a relação entre os povos indígenas e a natureza e conclamou os cidadãos de todo o mundo para que fiscalizem as ações das empresas de seus países com o objetivo de evitar que elas pratiquem atos que ameacem o meio ambiente e os povos originários.  Ela também deu um recado ao presidente Lula cobrando que ele cumpra a promessa de demarcar as terras indígenas do Brasil.

By emprezaz

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