Cassandra Castro
Uma cidade acolhedora, alegre, cercada pela exuberância da floresta e dos rios. Assim é a capital do Amazonas, Manaus, que celebra nesta terça-feira, 24, 354 anos de existência. A metrópole está com 2.063.547 habitantes, conforme dados do último censo do IBGE de 2022 e enfrenta os desafios comuns à maioria das capitais, com um agravante bem acentuado agora em 2023: a vulnerabilidade ambiental.
A capital do Amazonas foi bem castigada este ano pela fumaça originária das queimadas feitas em municípios que integram a região metropolitana e também sente os impactos da seca extrema que atinge não só o Amazonas, mas outros estados da região norte.
Porém, mesmo com o turbilhão de acontecimentos climáticos, Manaus segue pulsante, quente, vibrante e cativando quem é nascido na cidade ou mesmo não sendo “manauara raiz”, resolveu adotá-la como lar.
Fátima Moreira, de 62 anos, veio do interior do Amazonas, da cidade de Coari, distante 363 km da capital. Ainda criança, chegou à cidade para trabalhar em uma casa de família. Ela conta um pouco do sentimento que nutre por Manaus. “Manaus me adotou, até hoje eu amo esta cidade, amo como se fosse a minha terra mesmo. Amo a Ponta Negra, nosso teatro, o palácio do governo, eu me orgulho muito dos nossos pontos turísticos”. Para ela, precisaria haver um maior investimento justamente nesta área, para atrair mais turistas. Fátima conta que fica muito feliz quando chega o dia 24 de outubro que é a data de aniversário da cidade e deixa seu recado: Parabéns Manaus, você merece, minha cidade morena.”
O radialista Orlando Câmara mora no centro da capital amazonense e constantemente expressa o seu amor e preocupação pela cidade. O comunicador expressa o seu amor por Manaus sem deixar de lado a visão crítica de quem espera por dias melhores para a cidade sorriso. “A Manaus que eu procuro e que eu alimento existe muito mais no meu sonho feliz de cidade. Ela também existe no mundo real, mas encoberta por um lodo de ignorância, um chorume de desqualificação e mediocridade e uma fumaça de abandono. A Manaus que eu ambiciono nasce dos meus sonhos e dos sonhos de outros cidadãos, ansiosos por dias melhores a todos. Precisamos acender a luz para afugentar as trevas! A luz das ideias, a luz da ação! Viva Manaus”.
A jornalista Yonne Igrejas nasceu no Rio de Janeiro, mas se mudou para Manaus em busca das raízes, já que a cidade é a terra natal da mãe dela e da avó. A relação de Yonne com a cidade é de extremo carinho e fortes recordações. “Os anos mais felizes da minha vida foram os que vivi na capital amazonense. Em Manaus, aprendi a fazer jornalismo e foi onde fiz amigos que carrego até hoje no coração”, relata Yonne.
Em meio a fotos e lembranças, Yonne relembra que teve o primeiro filho em Manaus e que ele foi batizado na tradicional igreja de São Sebastião, no centro histórico, por uma personagem muito conhecida e querida, frei Fulgêncio Monacelli.
Ela também recorda algumas particularidades e lugares marcantes da cidade. “Manaus, terra onde todos são “mana” e “mano”, como uma grande família. Lugar do internacional festival de ópera no nosso majestoso Teatro Amazonas, do mercado público e suas garrafadas, do tacacá da dona Raimunda na Getúlio Vargas, do baile Black-tie do Atlético Rio Negro Clube, no centro.” E acrescenta: “Se pudesse explicar Manaus em uma única palavra, seria: amor! Amor da forma mais pura e verdadeira. Obrigada minha Manaus por tudo o que me ensinou. Aprendi o sentido do amor em todas as suas nuances à margem esquerda do rio Negro”.