No Amapá, pacientes indígenas contam com intérpretes para ajudar na comunicação durante atendimento médico

Redação Planeta Amazônia

O Governo do Amapá mantém atendimento humanizado para o público indígena nos hospitais estaduais com intérpretes que facilitam a comunicação entre a equipe médica e os povos originários. Esse serviço, que já existia, ganhou ainda mais importância nesse momento de surto de síndromes respiratórias que afeta, sobretudo, as crianças com até 6 anos de idade.

Até essa segunda-feira, 22, o Hospital da Criança e do Adolescente (HCA) registrou cinco indígenas internados, outros três estão no Pronto Atendimento Infantil (PAI). Os casos são de pneumonia. Duas crianças estão em tratamento intensivo e outras duas em oxigênio na sala amarela.

“Eles nos veem como amigos, já que quando chegam estão em um ambiente diferente e sem falar a mesma língua. Sempre nos pedem atenção especial para a questão da comida, pois muitos deles não gostam dos alimentos da cidade devido à dieta que já possuem em suas aldeias”, destacou o intérprete, Araimaré Waiapi Waiana.

Os tradutores atendem as etnias Tiriós, Karipunas, Aparaís, Galibis, Wajãpi, Palikur, Kaxuyana, entre outras/foto:Kelison Neves/GEA

Nas aldeias indígenas, também há casos de doenças provocadas pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR) e Influenza A, além do novo coronavírus.

O suporte com intérpretes é oferecido 24h por dia nos hospitais estaduais pela Coordenação Estadual de Saúde Indígena (Coesi), criada em 2016 e vinculada à Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). Os tradutores atendem as etnias Tiriós, Karipunas, Aparaís, Galibis, Wajãpi, Palikur, Kaxuyana, entre outras.

“Quando chega alguém da minha aldeia, eu já sou acionada para auxiliar no atendimento da pessoa. No Coesi, o intérprete tem o papel fundamental de explicar para o médico o que o paciente está sentindo, informar aos enfermeiros que o paciente quer ir ao banheiro e também instruir onde a pessoa deve realizar os exames solicitados”, destacou a intérprete Marcilena Kaxuyana.

Além de intérpretes, o Coesi também conta com enfermeiros e técnicos em enfermagem indígenas. De acordo com a coordenação, o trabalho começa antes mesmo do paciente chegar até uma unidade de saúde e segue até ele receber alta.

“Desde quando o paciente sai do seu local de origem, a gente já recebe as informações sobre qual acidente, enfermidade e procedimentos que ele já passou e também ficamos sabendo, com antecedência, para qual hospital ele será levado. Com tudo isso em mãos, deslocamos uma equipe para a unidade de saúde para ficar de prontidão aguardando a chegada do paciente”, explicou Péricles Klensey, técnico em enfermagem do Coesi.

Síndromes gripais no Amapá

O Governo do Amapá declarou situação de emergência no dia 13 de maio, devido ao aumento de casos de crianças com sintomas de síndromes respiratórias na rede hospitalar, superlotando unidades de saúde.

Desde então, o Governo do Estado implementou várias medidas emergenciais, como o aumento do número de leitos no HCA, o reforço das escalas de plantão, a aquisição de novos respiradores e solicitação de suporte do Ministério da Saúde para ajuda com profissionais, que já estão no Amapá auxiliando no cuidado com os pacientes.

By emprezaz

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