Nos EUA, Sepi articula reforço do Congresso norte-americano para proteção dos territórios indígenas

Redação Planeta Amazônia

Durante a realização de uma série de agendas de trabalho nos Estados Unidos, no mês de setembro, a titular da Secretaria de Estado dos Povos Indígenas (Sepi) do Pará, Puyr Tembé, visitou o Congresso Nacional, em Washington (D.C.), e reforçou junto ao governo daquele país a necessidade de se intensificar medidas de monitoramento e fiscalização para impedir a entrada em solo norte-americano de mercadorias, como madeira, carne e soja, produzidas de forma ilegal no Brasil.

Em diálogo com os senadores, no Capitólio, a secretária da Sepi enfatizou a importância de se unir forças para a proteção dos territórios. “Estamos dialogando com os senadores e articulando ações para que sigamos no combate ao desmatamento. A força do Brasil é potente, mas, precisamos também buscar força no exterior e unificar todos em uma luta só, porque lutar pela demarcação dos territórios é lutar pela vida”, afirma.

Durante sessão privada de exibição do documentário “Somos Guardiões”, promovida pela equipe do senador norte-americano Jeff Merkleyhis, no Capitólio, Puyr Tembé destacou o papel dos povos indígenas na proteção das florestas. “Mais do que condições, essa Casa tem o dever de ajudar a frear o desmatamento na Amazônia brasileira e proteger os povos indígenas. Somos os guardiões da floresta”, declarou.

Em diálogo com os senadores, no Capitólio, a secretária da Sepi enfatizou a importância de se unir forças para a proteção dos territórios/foto: Divulgação

O diretor sênior, no Brasil, da organização ambiental Mighty Earth, João Gonçalves, que também estava presente no Capitólio, conta com a sensibilização dos congressistas norte-americanos a respeito da pauta ambiental.

“Esperamos que a presença de Puyr, enquanto liderança indígena e secretária estadual, seja capaz de sensibilizar os congressistas norte-americanos para a importância de apoiar medidas que intensifiquem a transparência e a rastreabilidade de cadeias produtivas, em especial da carne e da soja, que têm a base da sua produção não só na Amazônia, mas também em outros biomas brasileiros, como o Cerrado”, explica. 

Documentário 

Uma produção entre o Brasil e os Estados Unidos, dirigida pelo cineasta indígena brasileiro Edivan Guajajara e pelos norte-americanos Chelsea Greene e Rob Grobman, o documentário “Somos Guardiões” retrata a luta dos povos indígenas do Pará pela conservação de seus territórios, em uma complexa dinâmica entre madeireiros ilegais, proprietários rurais e grandes empresas globais. O filme terá a sua estreia no Brasil no próximo dia 08 de outubro, no Festival do Rio (Rio de Janeiro), e deverá chegar aos canais de streamings de vídeo até o final do ano.

Após a sessão cinematográfica, Tembé reiterou a proposta de que o documentário seja um multiplicador da luta indígena, espalhando essa mensagem pelo mundo. “Apesar de ele mostrar claramente os impactos que ameaçam a conservação das Terras Indígenas, o filme também tem a função de ‘reflorestar mentes’, fazer as pessoas refletirem: ‘que mundo é esse cheio de egoísmo, de guerras, de falta de solidariedade? ‘Reflorestar mentes’ é reeducar a nossa sociedade, trazer a fraternidade de volta”, finalizou a gestora da Sepi, no debate. 

By emprezaz

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