O Monumento Natural das Árvores Fossilizadas do Tocantins completa 23 anos de criação

Redação Planeta Amazônia

Datado de um tempo em que os continentes hoje conhecidos no planeta Terra eram apenas uma massa única, a Pangéia, e ainda não havia por aqui mamíferos e nem répteis, o Monumento Natural das Árvores Fossilizadas do Tocantins (Monaf) é considerado a floresta petrificada mais importante do Hemisfério Sul e a mais completa floresta fossilizada do mundo, tendo existido no período Permiano da Era Paleozóica, entre 250 e 295 milhões de anos. 

O acervo natural do Monaf ocupa uma área de 32 mil hectares do cerrado tocantinense/foto: Governo do Tocantins

A preservação e conservação da riqueza histórica e científica do Monaf  foram oficializadas pelo Governo do Tocantins há 23 anos, quando a Unidade de Conservação (UC) foi criada pela Lei nº 1.179 de 4 de outubro de 2000.  Desde então, o Instituto Natureza do Tocantins, responsável pela gestão da UC, realiza ações que favorecem não só o equilíbrio ambiental, a segurança da unidade e o combate à exploração ilegal, como também a realização de pesquisas. 

Localizado no distrito de Bielândia, em Filadélfia, e distante 430 quilômetros de Palmas, o acervo natural do Monaf ocupa uma área de 32 mil hectares do cerrado tocantinense. O gerente de Unidades de Conservação do Naturatins, Rodrigo Sávio, informa que a Unidade de Conservação conta com um Centro de Recepção de Visitantes e dispõe de uma estrutura adequada para receber profissionais e acadêmicos, contando com sede administrativa, banheiros, alojamentos masculinos e femininos, auditório e estacionamento. 

Classificação

Sobre a classificação do Monaf como Monumento Natural, o supervisor da UC, Hermísio Aires, ressalta que ela foi obtida pela existência de sítios paleontológicos naturais, raros e singulares. “No local, estão fósseis de árvores pré-históricas da flora permiana, com idade entre 252 a 295 milhões de anos”, observa Aires ao citar que entre os principais fósseis encontrados no monumento destacam-se as samambaias arborescentes. No local, há também os afloramentos de fósseis, o Mirante Bom Jardim, ecótonos com afinidades amazônicas e matas secas. 

Resultados

Nestes 23 anos de existência, o Monaf contabiliza bons resultados. Segundo o supervisor Hermísio, nos últimos 6 anos não há registro de grandes incêndios e o equilíbrio ambiental e a segurança da Unidade de Conservação vêm sendo mantidos pelo Naturatins e pela participação ativa dos proprietários rurais da região. “O Monaf tem conseguido vencer os desafios que vão desde a missão de proteger e conservar o patrimônio natural fossilífero, à promoção do diálogo com a comunidade local, que muito tem contribuído com as atividades da Unidade, e a prevenção a incêndios”, afirma Hermísio.

– Recentemente, o estado recebeu o repatriamento de 84 toneladas de fósseis que haviam sido coletados de forma irregular no final do século XX/foto: Governo do Tocantins

Hermísio destaca também, o repatriamento ocorrido em junho deste ano de 84 toneladas de fósseis que haviam sido coletados de forma irregular no final do século XX. A devolução do material apreendido ocorreu por determinação da justiça federal e desse quantitativo, foram doadas 34 toneladas para instituições públicas de ensino superior do Estado do Tocantins e também de estados vizinhos.

Saiba mais

O Período Permiano é o último da Era Paleozóica, iniciado há 299 milhões de anos e encerrado 251 milhões de anos atrás, o período caracteriza-se pela união dos continentes em uma única massa, o supercontinente Pangéia.

A flora permiana fossilizada encontrada nas áreas que formam o Monaf é caracterizada pela presença das Pteridófitas (samambaias) dos gêneros Psaronius e Tietea, as Gminospermas e também as Esfenófitas, sendo esses o grupos de vegetais dominantes da época.

By emprezaz

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Postagens relacionadas