O Tribunal da Superior Eleitoral pretende que os observadores internacionais que irão desembarcar no Brasil para acompanhar as eleições de 2022, sejam encaminhados também para o interior do país, para a Amazônia e para zonas distantes dos grandes centros urbanos.
O objetivo é demonstrar a consistência do sistema eleitoral brasileiro, ainda que em locais com condições precárias e dificuldades sociais.
Na semana passada, durante evento com embaixadores de outros países, o presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou a ironizar a presença dos observadores internacionais ao sugerir que esta ação não corresponderia a uma “garantia” da “transparência” na eleição.
“Eu peço aos senhores, o que essas pessoas vêm fazer no Brasil? Vêm observar o quê que o voto é totalmente informatizado? Vêm dar ares de legalidade? Vêm dizer que tudo ocorreu numa normalidade? Eu tenho dezenas e dezenas de vídeos por ocasião das eleições de 2018, onde o eleitor ia votar e simplesmente não conseguia votar”, disse Bolsonaro.
Monitoramento internacional
A Organização dos Estados Americanos (OEA) será um dos principais responsáveis pelo acompanhamento das eleições deste ano. O órgão regional já monitorou as eleições de 2018 e 2020 no Brasil. Mas, em nenhum momento, colocou em dúvida o resultado das urnas e nem o sistema eletrônico.
A Justiça Eleitoral ainda planejava convidar a União Europeia para participar do processo. Mas teve de abandonar o projeto depois de uma recusa por parte do Executivo.
Ataque às urnas
Em maio, Bolsonaro voltou a criticar o convite feito pelo então presidente do TSE, Edson Fachin, aos observadores.
“Fachin diz que eleições de 2022 podem contar com mais de cem observadores internacionais. Pode botar um milhão de observadores aqui. Eles vão observar o quê? Vão ter acesso ao código-fonte? Vão estar na sala secreta para ver como é a apuração? Qual o conhecimento deles de informática?”, questionou Bolsonaro.
Em resposta, Fachin destacou ao presidente que quem ataca as urnas não busca defender uma auditoria do sistema eleitoral mas sim “o interesse próprio de não ser responsabilizado pelas inerentes condutas”.
“Quem vocifera não aceitar resultado diverso da vitória não está defendendo a auditoria das urnas eletrônicas e do processo de votação, está defendendo apenas o interesse próprio de não ser responsabilizado pelas inerentes condutas ou pela inaptidão de ser votado pela maioria da população brasileira”, respondeu Fachin.
Por Lucas Vasconcelos acritica.com