Redação Planeta Amazônia
A Fundação Mamíferos Aquáticos (FMA), em colaboração com o Grupo de Pesquisa em Mamíferos Aquáticos Amazônicos (GPMAA) do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM) e a Universidade Federal da Paraíba (UFPB) promoveram, na sede do Instituto Mamirauá em Tefé (AM), uma oficina facilitada pelo especialista Silvio Marchini, membro do Grupo Especialista em Conflito e Coexistência Humano-Fauna da IUCN, sobre coexistência entre humanos e as espécies em questão. O objetivo foi para compreender e modificar relações de conflito entre ribeirinhos e mamíferos aquáticos (peixes-boi, botos, tucuxis, ariranhas e lontras) na região do médio Solimões.
O especialista orientou o grupo a mapear os principais conflitos entre humanos e mamíferos aquáticos, como por exemplo, o boto. Além disso, conduziu os participantes a levantarem ações de mitigação para as causas dessas questões e, dessa forma, transformar em uma relação de coexistência. Também houveram a participação de instituições como o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SEMA), assim como, integrantes das associações e moradores das reservas Mamirauá e Amanã, afim de tecer possíveis articulações em futuras ações.
Hilda Chávez, pesquisadora do GPMAA, explica como surgiu a ideia da oficina e a importância do tema para a região: “Com o aumento das ocupações ribeirinhas, as interações humanos-mamíferos aquáticas se potencializam, estamos aqui, promovendo o planejamento conjunto com diferentes instituições e comunitários locais para tecer meios para a coexistência e conservação dos mamíferos aquáticos amazônicos na região do Médio Solimões”, diz.
Os próximos passos serão implementar as ações discutidas nos três dias de oficina em comunidades da região através do Projeto SALAS (Sistema Amazônico de Laboratórios Satélites). “A oficina me trouxe uma nova forma de olhar para os animais, principalmente os mamíferos aquáticos. Nós, moradores da minha comunidade, praticamente vivemos juntos com os animais, então aprendi aqui que é muito importante coexistir com eles para não agredir o outro”, relata Pedro Oliveira da Silva, morador da comunidade Santo Estevão, na Reserva Amanã.
A iniciativa é parte do projeto SALAS “Coexistência entre população humana e mamíferos aquáticos” em duas reservas de desenvolvimento sustentável na Amazônia Ocidental brasileira e conta com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq.