Parque Estadual das Árvores Gigantes da Amazônia é criado no estado do Pará com foco em conservação, pesquisa e turismo sustentável

Redação Planeta Amazônia

A criação do Parque Estadual Ambiental das Árvores Gigantes da Amazônia foi anunciada via decreto publicado no Diário Oficial do Estado (DOE), na última segunda-feira (30). A nova Unidade de Conservação (UC) está localizada no município de Almeirim, na região oeste do Pará, e visa preservar ecossistemas naturais de grande relevância ecológica, além de promover pesquisas científicas e incentivar atividades de educação ambiental e turismo ecológico.

Com uma área de aproximadamente 560 mil hectares, o Parque Estadual das Árvores Gigantes deriva de uma porção da Floresta Estadual (Flota) do Paru, que foi recategorizada com objetivo de proteção integral.

Iniciativa de proteção de árvores gigantes conta com a parceria da Fundação Amazônia Sustentável/foto: Fernando Sette

A iniciativa de conservação é liderada pelo Governo do Pará, por meio do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio) e conta com a parceria do Instituto Federal do Amapá (IFAP), Fundação Amazônia Sustentável (FAS) e financiamento do Andes Amazon Fund (AAF).

O principal destaque desta área é a presença de árvores gigantes, incluindo um exemplar de angelim-vermelho (Dinizia excelsa) com 88,5 metros de altura, registrado como a maior árvore do Brasil e da América Latina, e uma das dez maiores do mundo. A Unidade de Conservação foi estabelecida com o propósito de proteger essas espécies e preservar populações de flora e fauna ameaçadas de extinção, além de espécies raras e endêmicas que habitam a região.

Marco

“O Parque Estadual das Árvores Gigantes da Amazônia é um marco na preservação da nossa biodiversidade, garantindo que espécies únicas e de grande relevância ecológica continuem existindo para as futuras gerações”, afirmou o presidente do Ideflor-Bio, Nilson Pinto. Segundo ele, a iniciativa é um passo fundamental para o fortalecimento da proteção ambiental no Pará, associando a conservação à geração de conhecimento científico.

Para o superintendente de Inovação e Desenvolvimento Institucional da FAS, Victor Salviati, “é com grande prazer que a Fundação Amazônia Sustentável, juntamente com Ideflor-Bio e Andes Amazon Fund, integra a iniciativa do Parque Estadual das Árvores Gigantes da Amazônia. Esse Parque tem uma importância muito grande, não só para o estado do Pará, mas também para toda a Amazônia, porque ele vai proteger ainda mais um santuário de árvores gigantescas. Acreditamos que esse parque vai trazer não só a proteção do meio ambiente para essa região, mas principalmente desenvolver uma atividade turística baseada em ciência e conservação. Ou seja, essas atividades a serem permitidas nesse novo desenho de área protegida vão trazer ganhos sociais, econômicos e ambientais para o território”, frisou.

A zona de amortecimento do Parque terá um papel importante na proteção da biodiversidade e na compatibilização das atividades das populações tradicionais que vivem no entorno/foto: Fernando Sette

Para Enrique Ortiz, Diretor Sênior de Programas do Andes Amazon Fund, “o Parque Estadual das Árvores Gigantes é um passo importante para a proteção das florestas, da biodiversidade e de suas funções climáticas. Ao criar essa área protegida, o estado do Pará está preparando o caminho para sediar o evento climático mais importante do mundo, a COP 30.  Com essa nova área protegida, o estado dá um forte sinal de sua liderança e de seus compromissos ambientais.”

O diretor de Gestão da Biodiversidade do Ideflor-Bio, Crisomar Lobato, destacou a importância da nova UC para o desenvolvimento do turismo sustentável e da pesquisa científica. “A criação do Parque oferece oportunidades para estudos aprofundados sobre as espécies que habitam a região e para a implementação de projetos de turismo ecológico que respeitem o meio ambiente e gerem renda para as comunidades locais”, enfatizou.

Regramentos

A zona de amortecimento do Parque terá um papel importante na proteção da biodiversidade e na compatibilização das atividades das populações tradicionais que vivem no entorno. A coleta de produtos como castanha-do-pará e camu-camu, bem como a pesca esportiva nos ecossistemas aquáticos, serão permitidas, respeitando a legislação vigente e as regras estabelecidas pelo futuro Plano de Gestão do Parque.

As atividades desenvolvidas pelas comunidades tradicionais e povos indígenas que habitam a região, como o acesso ao rio Jari, não sofrerão restrições, de acordo com o decreto. As ações e o modo de vida dessas populações serão respeitados, desde que em harmonia com os objetivos de preservação da UC.

A iniciativa de conservação é liderada pelo Governo do Pará e conta com a parceria do Instituto Federal do Amapá (IFAP), Fundação Amazônia Sustentável (FAS) e financiamento do Andes Amazon Fund (AAF)/foto: Fernando Sette

O Conselho Consultivo do Parque, que será criado e gerido pelo Ideflor-Bio, terá como uma de suas funções a regulação das atividades já consolidadas na área, como a coleta de castanhas-do-pará, assegurando que essas práticas sejam mantidas de forma sustentável. O comitê também terá a missão de acompanhar o desenvolvimento das atividades de conservação e uso sustentável dos recursos naturais.

A criação do Parque Estadual das Árvores Gigantes da Amazônia também contribuirá para a proteção de áreas contíguas, tanto estaduais quanto federais, fortalecendo a rede de áreas protegidas na região. Com a preservação de uma rica biodiversidade, a nova UC se tornará um importante ponto de referência para a conservação na Amazônia.

Parceria

Vale destacar, ainda, que para a criação da nova área protegida, diferentes parceiros contribuíram de forma direta para esse feito. Um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) com a Fundação Amazônia Sustentável (FAS), apoiado financeiramente pelo Andes Amazon Fund (AAF), tem viabilizado a criação, recategorização e implementação de novas UCs, fortalecendo a gestão ambiental no estado, como no caso do Parque Estadual das Árvores Gigantes da Amazônia.

Em maio deste ano, uma equipe multidisciplinar de pesquisadores e técnicos do Ideflor-Bio, FAS e do Instituto Federal do Amapá (IFAP) percorreu rios e trilhas da então Flota do Paru, para aprofundar análises físicas e biológicas na região, o que levou à descoberta de um novo santuário de árvores gigantes. Esse levantamento forneceu subsídios para transformar parte da antiga UC de Uso Sustentável em uma nova área de Proteção Integral.

By emprezaz

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