Redação Planeta Amazônia
A rica gama da biodiversidade que compõem a Amazônia é considerada uma das maiores e mais importantes para o crescimento socioeconômico do país. Com um bioma que corre metade do território brasileiro, a floresta é capaz de oferecer insumos naturais que, aliados à tecnologia, podem ser utilizados de forma sustentável por meio da bioeconomia.
O potencial amazônico é significativo e promissor. A exportação de produtos amazônicos a partir da exploração sustentável da floresta, oriundos de extrativismo florestal não madeireiro, sistemas agroflorestais, pesca e piscicultura e hortifruticultura tropical, rendeu US $298 milhões anualmente entre 2017 e 2019. O número é baixo em relação ao mercado global desse tipo de produto, que movimenta US $176,6 bilhões por ano.
Os investimentos sediados na floresta tiveram uma participação de apenas 0,17% nesse mercado mundial e há bastante espaço para o fomento de novas atividades por meio da economia verde. Os dados são do estudo “Oportunidades para exportação de produtos compatíveis com a floresta na Amazônia brasileira”, do projeto Amazônia 2030, publicado em 2021.
Os projetos e pesquisas para impulsionar esse crescimento estão sendo desenvolvidos a fim de contribuir com a economia do país e, principalmente, melhorar a qualidade de vida das comunidades locais e o desenvolvimento científico e tecnológico da região.
A especialista em ciência e tecnologia, Luciana Fontinelle, que coordena o projeto InovAmazônia – Ingredientes para o Mercado de Alimentos Vegetais. A iniciativa, desenvolvida pelo GFI Brasil (The Good Food Institute Brasil), pretende encontrar novas formas de usar as matérias-primas da floresta, como cupuaçu e castanha-do-pará, para a produção de alimentos plant-based (à base de vegetais), explica que os projetos pautados na bioeconomia da Amazônia contribuem, e muito, para o desenvolvimento sustentável da região e para a qualidade de vida daqueles que vivem no bioma.
Luciana coloca que essa vertente pode contribuir para o crescimento econômico das regiões, gerando renda para as populações originárias e tradicionais. “A gente sabe que a floresta tem uma riqueza gigantesca que precisa, de certa forma, ser transformada em produtos de valor agregado para assim beneficiar essas comunidades”, disse.
A iniciativa faz parte de um grupo de 7 novos projetos apoiados pelo FJBSA (Fundo JBS pela Amazônia), que visam a preservação da floresta amazônica e a melhoria da qualidade de vida das comunidades tradicionais e indígenas, incentivando o desenvolvimento científico e tecnológico do bioma. Em 2021, o programa já tinha destacado outras 6 iniciativas para serem financiadas. Ao todo, já são R$ 60 milhões comprometidos pelo fundo FJBSA.
“Os novos projetos apoiados fomentam a pesquisa e o desenvolvimento de ingredientes e produtos a partir da biodiversidade do bioma amazônico, criando negócios para a região”, afirmou a presidente do Fundo JBS pela Amazônia, Joanita Maestri Karoleski.
Joanita Maestri Karoleski, presidente do Fundo JBS pela Amazônia
INICIATIVAS FORTALECEM ECONOMIA LOCAL
Os projetos que receberão financiamento do FJBSA atuam em ações voltadas para a proteção ambiental e para o desenvolvimento social das comunidades. Iniciativas que visam o incentivo à bioeconomia na Amazônia não estão relacionadas apenas ao ramo alimentício. Há, por exemplo, o projeto Bioplástico da Amazônia, com foco em desenvolver um biocomposto a partir de resíduos da castanha-do-pará para substituir o uso do propileno, polímero petroquímico largamente usado na indústria.
Outro projeto apoiado pelo FJBSA oferece um olhar ampliado sobre a floresta e suas oportunidades. O Geoflora – Automação Florestal e Espacialização de Carbono está desenvolvendo o mapeamento da floresta por meio da captura de imagens feitas por drones e uso de inteligência artificial. Essa é uma nova etapa de um trabalho da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) Acre que, desde 2007, reproduz o desenho da floresta e já o fez com ajuda de aeronaves e sensor laser, que tornaram possível disponibilizar esse material em 3D. Agora, o projeto parte para o próximo passo com uso de drones e uso de inteligência artificial. Essa é uma nova etapa de um trabalho da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) Acre que, desde 2007, reproduz o desenho da floresta e já o fez com ajuda de aeronaves e sensor laser, que tornaram possível disponibilizar esse material em 3D.