Território quilombola no Pará recebe ações para fortalecer desenvolvimento sustentável e geração de renda

Redação Planeta Amazônia

Os agricultores familiares do Território Quilombola do Abacatal, no município de Ananindeua, Região Metropolitana de Belém, contam há mais de 30 anos, com o suporte fornecido pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará (Emater).  O suporte envolve o desenvolvimento sustentável, fomento à geração de renda, conservação e preservação ambiental, além de promover acesso às políticas públicas. 

A comercialização do açaí, da pupunha e dos derivados da mandioca estão entre as principais atividades desses agricultores. Daiani Pinheiro é produtora há mais de 10 anos e dedica, especialmente, à Emater o sucesso da colheita da comunidade. “Antes, eu não tinha noção técnica sobre plantação, espaçamento ou adubo. Há mais de 10 anos sou acompanhada pela Emater, que é o nosso suporte. Se não fossem os técnicos, não teríamos nem começado. Hoje, nós tiramos todo o nosso sustento da nossa terra e a expectativa é aumentar essa produção cada vez mais”, ressalta. 

De acordo com Tangrienne Nemer, chefe do Escritório Local da Emater em Ananindeua, todas as terças-feiras, equipes especializadas do órgão atuam, presencialmente, na assistência das famílias dentro da comunidade.

“Entre as nossas principais atividades, podemos destacar os ‘Quintais Produtivos’, que é um projeto que consiste na doação de mudas e sementes para o cultivo; criação de pequenos animais (galinha, peixe e porco); segurança alimentar e nutricional; ‘Horta na Escola’ e apoio a grupos de mulheres. Também há ações relacionadas à área econômica, por meio da comercialização dos produtos, nas Feiras da Agricultura Familiar e Artesanato, entre outras iniciativas”, pontua. 

Cultura

Com a Lei Aldir Blanc, a comunidade também recebe incentivos por meio da Secretaria de Cultura do Estado do Pará (Secult).

“O olhar do Governo pelos territórios quilombolas possibilita a inserção de grupos culturais, não só do Abacatal, mas de outros coletivos em eventos do estado, como foi a abertura, por exemplo, dos ‘Diálogos Amazônicos’ realizada pelos quilombolas do estado, trazendo nossa cultura e nossa vivência para partilhar”, destaca Vanuza Cardoso, que faz parte do Abacatal e é coordenadora de Educação e Extensão do Sistema Integrado de Museus e Memórias (SIIM) da Secult.

A iniciativa cultural “Toró-Açu” surge da necessidade de compartilhar a história do quilombo do Abacatal por meio da música e da poesia/foto: Marcelo Souza _ Ag. Pará

A iniciativa cultural “Toró-Açu” surge, de acordo com o coordenador Denis Rodrigues, da necessidade de compartilhar a história do quilombo do Abacatal por meio da música e da poesia.

“Queremos que as nossas memórias, espiritualidade, lutas e resistência sejam transformadas em arte e assim amplificar nossas vivências, partilhando com o maior número de pessoas possível. O apoio da Secult fortalece a nossa luta. São 313 anos de existência e resistência. Quanto mais a gente sai para se apresentar em festivais, mais conseguimos fortalecer a nossa resistência”, diz. 

CAR

Em 2021, o governador do Pará, Helder Barbalho, entregou o Cadastro Ambiental Rural (CAR) coletivo para a comunidade do Abacatal. O documento beneficia as famílias moradoras do território. A iniciativa abre caminho para a regularização ambiental e também dá oportunidade de acesso ao crédito para a produção rural por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).

By emprezaz

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