Por redação do Planeta Amazônia
A União Europeia (UE) anunciou nesta terça-feira (6) um acordo para proibir a importação de produtos que contribuíram para o desmatamento, como o cacau, café ou soja, na véspera do início da COP15 da Biodiversidade no Canadá.
A medida também inclui outros produtos, como óleo de palma, madeira, carne bovina e a borracha, assim como vários produtos derivados, incluindo couro, chocolate, móveis, papel e carvão vegetal, segundo o texto divulgado após longas negociações entre o Parlamento Europeu e os Estados-membros da UE.
“É a primeira vez no mundo! É o café da manhã, o chocolate que comemos, o carvão dos churrascos, o papel dos nossos livros. É radical”, comemorou Pascal Canfin, presidente da comissão de Meio Ambiente do Parlamento Europeu.
Com a proximidade da COP15 da Biodiversidade (que acontecerá em Montreal de 7 a 19 de dezembro), a decisão da UE “não apenas muda as regras do jogo do consumo europeu, como também estimula em grande medida os outros países a mudar suas práticas”, comentou Anke Schulmeister-Oldenhove, da ONG ‘World Wide Fund for Nature’ (WWF), enquanto a organização ‘Global Witness’ destacou um “momento histórico”.
A União Europeia é responsável por 16% do desmatamento mundial por meio de importações — em particular soja e óleo de palma, de acordo com os dados de 2017 — e é a segunda maior destruidora de florestas tropicais, atrás da China, segundo a WWF.
O bloco proibirá a importação de produtos procedentes de áreas desmatadas depois de dezembro de 2020. As empresas importadoras serão responsáveis por suas cadeias de abastecimento e terão que comprovar a rastreabilidade por meio de dados de geolocalização dos cultivos, com fotos de satélites.