Sema articula ações integradas de combate às queimadas para mitigar efeitos da estiagem no Amazonas desde 2023

Redação Planeta Amazônia

A Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) vem empreendendo esforço, com articulações feitas ainda em 2023, para atuar na prevenção e mitigação dos efeitos da estiagem, de forma integrada aos demais órgãos ambientais e de Segurança Pública. 

Os níveis dos rios em todas as calhas do Amazonas estão abaixo do esperado para o período, se comparado a anos anteriores. Como efeito da seca, ocorre também o aumento das queimadas no estado. Garantia de água potável, monitoramento de queimadas, desmatamento e situação hidrometeorológica, articulações federais, captação de recursos para operações e ações de educação ambiental têm sido alguns dos focos das atividades da pasta.

“O nosso Estado tem enfrentado cada vez mais os grandes impactos das mudanças climáticas. A Sema vem buscando se preparar para lidar com esses efeitos e trazer auxílio integral para as populações vulneráveis, principalmente dentro das Unidades de Conservação Estaduais”, explicou o secretário de Estado de Meio Ambiente, Eduardo Taveira.

Emergência Ambiental

O Amazonas tem trabalhado de forma preventiva desde o início do ano, seguindo um planejamento de medidas, elaborado para que seja possível prestar assistência às populações afetadas de forma mais rápida. No início de julho, o governador Wilson Lima instituiu o Comitê de Enfrentamento à Estiagem e decretou situação de Emergência Ambiental em 22 cidades do Amazonas. 

Durante a vigência do decreto fica proibida a prática de fogo, com ou sem uso de técnicas de queima controlada. Além disso, o Decreto de Emergência define as atribuições das entidades do governo no combate, em especial, aos focos de calor, e os critérios de qualidade do ar.

Comando e controle 

Para apoiar o combate aos focos de incêndio nos 10 municípios do sul do estado, área que concentra o maior número de focos de calor, a Sema apoiou a formação de 153 brigadistas ainda em 2023. A capacitação faz parte de um projeto realizado pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente, com apoio da Fundação Amazônia Sustentável (FAS) e aporte financeiro da Rewild.  

No escopo da Operação Tamoiotatá, a maior em combate a crimes ambientais no Estado, em uma parceria da Sema e do Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM), foi submetido um projeto para captar R$ 45 milhões do Fundo Amazônia. 

Ainda em 2023, a Sema apoiou a formação de 153 brigadistas com o objetivo de reforçar o combate aos focos de incêndio no sul do estado /foto: Arthur Castro

O projeto prevê a aquisição de equipamentos para fortalecer a estrutura de combate a incêndios florestais. A lista inclui também caminhões de combate, picapes com kits de tanque e bombas acopladas, além de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), como máscaras, balaclavas, perneiras e cantil.

A Sema também articulou o aporte de recursos do Fundo Floresta, que integra o programa de Florestas Tropicais do Banco de Desenvolvimento Alemão KFW. Por meio da iniciativa, o Estado aguarda a recepção de 9,1 milhões de euros (R$ 56,8 milhões) para ações de comando e controle, incluindo reforço na estrutura de brigadas e remuneração de brigadistas.

Qualidade do ar

Para auxiliar na construção de protocolos de ação em casos de fumaça, a Sema viabilizou a aquisição de 62 sensores de monitoramento da qualidade do ar. A proposta é que a cobertura de medidores chegue a todos os municípios do Amazonas, criando um sistema robusto de monitoramento estadual.

Os equipamentos foram entregues à Defesa Civil do Amazonas e, até o momento, já foram instalados em 13 municípios: Autazes, Careiro Castanho, Codajás, Humaitá, Itapiranga, Manaquiri, Maraã, Nhamundá, Presidente Figueiredo, Rio Preto da Eva, São Sebastião do Uatumã, Silves e Urucará.

Os equipamentos foram entregues à Defesa Civil do Amazonas e, até o momento, já foram instalados em 13 municípios/foto: Ascom Sema

O repasse de equipamentos é resultado de um termo de cooperação entre o Governo do Amazonas e a Embaixada da Coreia do Sul. A instalação conta com apoio da Secretaria de Educação e Desporto (Seduc), da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e das prefeituras municipais.

Garantia de água potável

Dentre as dificuldades acometidas pela estiagem, está o impacto direto para populações tradicionais, ribeirinhas e indígenas, que dependem dos rios para subsistência, locomoção e trabalho. Neste sentido, a ação da Sema consiste em oferecer ajuda humanitária a comunidades isoladas inseridas em Unidades de Conservação do Estado. 

Em abril, a Sema entregou kits para garantia de água potável a 1.165 famílias de 43 comunidades em UCs. Ao todo, foram distribuídos 400 filtros e 60 caixas d’água, fruto de uma parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e apoio financeiro da União Europeia. Além disso, 10 comunidades agora contam com purificadores do programa “Água Boa”, da Defesa Civil do Amazonas. 

Em abril, a Sema entregou kits para garantia de água potável a 1.165 famílias de 43 comunidades em Unidades de Conservação/foto: Noir Mirana

Articulação federal

Em vista da seca severa já prevista, no início de abril deste ano, o Governo do Amazonas solicitou apoio do Governo Federal para antecipar ações que minimizem os impactos da estiagem no Estado. O encontro ocorreu com os ministérios de Portos e Aeroportos, de Integração e Desenvolvimento Regional e de do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA).

Foram debatidos recursos para apoiar ações do Governo do Amazonas na aquisição de alimentos; a dragagem antecipada dos rios da região para facilitar a navegação; e apoio logístico e humano para combate a incêndios e outros crimes ambientais.

Monitoramentos

Para auxiliar nas ações de campo no combate às queimadas, o Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM) e órgãos fiscalizadores seguem dados de monitoramento via satélite. Estes são analisados e disponibilizados diariamente por técnicos da Sema. A Secretaria também disponibiliza em seu site os Panoramas Interativos de Desmatamento e Focos de Calor. 

As plataformas apresentam um monitoramento contínuo de dados de queimadas e de desmatamento, divididos por município, categoria fundiária, região, dentre outros detalhes, para apoiar o desenvolvimento de políticas ambientais.

As plataformas apresentam um monitoramento contínuo de dados de queimadas e de desmatamento/foto: Arthur Castro

Já para o monitoramento do nível dos rios do Amazonas, este é feito com auxílio de mapas de alta resolução. A iniciativa, proposta pela Agência Nacional de Águas (ANA) e realizada em parceria com o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) e a Defesa Civil do Amazonas, visa tornar mais precisa a identificação das áreas afetadas para otimizar a emissão dos sinais de atenção, alerta e emergência nos municípios do estado.

Educação Ambiental

Como parte das ações de educação ambiental, a Sema conta com a  campanha Floresta Faz A Diferença, com financiamento do projeto Paisagens Sustentáveis da Amazônia. Por meio da campanha, uma série de atividades educativas é promovida nos municípios, como palestras, conscientização de crimes ambientais e legislações que protegem a fauna e a flora.

By emprezaz

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