Festival Internacional do Chocolate e Cacau recebe organizações locais parceiras do Projeto Rural Sustentável – Amazônia, no Pará

Redação Planeta Amazônia

Nibs, barra de chocolate, geleias, doces e muito conhecimento: nos dias 26 a 29 de setembro, o Projeto Rural Sustentável – Amazônia prestigiou as duas Organizações Socioprodutivas (OSPs) parceiras que vivenciaram o maior evento de cacau e chocolate da América Latina: o Chocolat Xingu, realizado em Belém (PA). Os três dias foram de troca de saberes entre pessoas de várias partes do país e do mundo, que trabalham na cadeia produtiva do cacau.

O Pará é atualmente, o maior produtor de amêndoas de cacau do Brasil, com 140 mil toneladas por ano, de acordo com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (SEDAP). Parte desse produtos são cultivados por agricultores e agricultoras familiares que movimentam a economia local com práticas agrícolas sustentáveis. A exemplo disso, temos as quatro organizações socioprodutivas parceiras do PRS – Amazônia, no estado: a Cooperativa Agrícola dos Empreendedores Populares de Igarapé Miri (CAEPIM), a Fundação Viver, Produzir e Preservar (FVPP), a Associação das Mulheres Produtoras de Polpa de Fruta (AMPPF) e a Sindicato dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Município de Altamira (STTR).

Além de acompanhar a exposição dos produtos da FVPP e da AMPFF, o Projeto marcou presença no Festival para saber das discussões mais recentes sobre a cadeia do cacau, conhecer novas possibilidades de cultivos agroflorestais, de prevenção contra doenças e participar desse espaço de troca sobre as boas práticas de cultivo e de negócios. 

Mulheres do campo que inspiram 

Um dos principais destaques trazidos pelas organizações durante o Festival foi a luta e o protagonismo feminino no campo. As mulheres produtoras rurais têm atuado cada vez mais em atividades que vão desde a produção, beneficiamento a comercialização dos produtos. Essa atuação, além de gerar a autonomia financeira, fortalece a participação feminina também em espaços estratégicos dentro das organizações. Os desafios são inúmeros, mas o que essas mulheres têm em comum é a força e disposição para enfrentar os desafios da cadeia produtiva do cacau, aliando a conservação do meio ambiente. São mulheres inspiradoras, que trouxeram suas perspectivas durante o Festival. 

A produtora Jiovana Lunelli foi quem representou a Fundação Viver, Produzir e Preservar (FVPP) nos três dias de evento, com a marca Cacau Xingu. Produtos como nibs de cacau, barras de chocolate e geleias foram expostos no estande da organização, e renderam prospecções durante as rodadas de negócios.“Chocolat Festival pra nós que somos produtores orgânicos é uma oportunidade única, de estar aqui, de mostrar os nosso produtos e fazer prospecção de negócios, que é o mais importante. Então não é só trazer os chocolates, não é só fazer a degustação, mas é fazer negócio”, destacou. 

Ela ainda participou do Fórum da Cacauicultura, com o tema Produção de chocolate Tree To Bar em Sistemas Agroflorestais Sustentável, ressaltando os benefícios dos SAFs para a conservação da biodiversidade, sequestro de carbono e melhoria da qualidade do solo.

Já Joelma Menezes é de São Félix do Xingu (PA) e trabalha na logística e na comunicação da Associação das Mulheres Produtoras de Polpa de Fruta (AMPPF). Ela diz ter sido abraçada pela organização em um dos momentos mais difíceis da vida e reforça o  orgulho de pertencer à uma organização composta majoritariamente por mulheres produtoras. “O que mais me incentiva a trabalhar na AMPFF é o protagonismo feminino, o protagonismo da mulher no campo e a oportunidade dessas mulheres estarem atuando no meio dos negócios”, ela conta. “E isso incentiva mais mulheres, que às vezes estão passando por algum problema difícil, a criar o seu próprio negócio e ter a sua própria renda”, destaca.

As produtoras expuseram pastas de chocolates, licores e geleias de vários sabores, no estande e nas rodadas de negócios. “Nesse evento, criamos bastante contato com as pessoas, recebemos elogios dos nossos produtos, e isso nos deixa lisonjeadas. Saber que a gente veio de tão longe, chegar aqui e ver o nosso produto e o nosso trabalho serem valorizados, prestigiados, é muito gratificante”, finaliza Joelma. 

PRS – Amazônia no Pará 

No estado, o PRS – Amazônia é parceiro de sete organizações socioprodutivas, onde quatro delas atuam na cadeia do cacau e três com a do açaí. O Projeto busca com as organizações construir ações conjuntas para o desenvolvimento sustentável da Amazônia. Isso inclui a inserção de seus produtos em atuais e em novos mercados, o fortalecimento organizacional e ações de capacitação, sempre aliando produtividade à conservação do meio ambiente. 

Ao todo, o Projeto é parceiro de 18 organizações socioprodutivas e fortalece seis cadeias na Amazônia: no Amazonas, trabalha com a castanha-do-Brasil e o pirarucu de manejo; em Rondônia, com o café e peixes redondos; no Pará, com o açaí e o cacau. Um dos seus diferenciais é a  construção coletiva com as organizações locais – muitas delas compostas por comunidades indígenas, quilombolas, ribeirinhas e lideradas por mulheres e jovens. 

O Projeto é resultado da Cooperação Técnica aprovada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com recursos do Financiamento Internacional do Clima do Governo do Reino Unido, tendo o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) como beneficiário institucional e o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade (IABS) como responsável pela sua execução.

By emprezaz

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