Redação Planeta Amazônia
Liderada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Sustainable Business COP30 (SB COP) será lançada na próxima segunda-feira (10) em evento que reunirá autoridades do governo e empresários na sede da CNI em Brasília. A iniciativa quer construir um grupo de representatividade empresarial internacional, a exemplo do que existe no G20 e no BRICS, para levar contribuições do setor privado às negociações da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas. Em 2025, a COP30 ocorrerá em novembro, em Belém (PA).
O objetivo da SB COP é mobilizar a maior quantidade possível de lideranças de empresas, associações, sindicatos, federações e confederações, nacionais e internacionais, para o desenvolvimento sustentável. O grupo terá como principal meta contribuir com recomendações para líderes governamentais durante as negociações da COP30.
Segundo o presidente da CNI, Ricardo Alban, é muito importante criar esse espaço de representatividade pois o enfrentamento às mudanças climáticas só terá efeito com a participação do setor produtivo. “Concretizar os compromissos assumidos nas COPs depende, fundamentalmente, das atividades econômicas, por isso é tão importante que tenhamos um papel ativo nas recomendações para os governos. Esse é o propósito do lançamento da SB COP”, explica Alban.
Metas da SB COP
– Elaborar recomendações aos líderes governamentais para as negociações da COP30
– Formalizar compromissos do setor privado para reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE)
– Desenvolver iniciativas voltadas à ação para avançar em uma agenda climática positiva
B20, braço empresarial do G20, inspirou funcionamento da SB COP
A CNI participa há mais de uma década das Conferências do Clima. A iniciativa de criar um grupo empresarial para liderar o setor privado ganhou força após a participação na COP29, sediada em Baku, no Azerbaijão.
A inspiração para a SB COP veio do B20, fórum de representação do setor privado dos países que compõem o G20, que foi presidido pelo Brasil em 2024. A proposta inicial é que empresários e especialistas se dividam em seis grupos de trabalho dedicados a temas estratégicos. O chair da SB COP sob o comando brasileiro será Ricardo Mussa, ex-CEO da Raízen e da Cosan.
6 eixos com grupos temáticos
Os eixos definidos para discutir os temas prioritários são os seguintes:
– Transição energética
– Economia circular e materiais
– Bioeconomia
– Transição justa
– Financiamento climático
– Segurança alimentar
De acordo com o diretor de Relações Institucionais da CNI, Roberto Muniz, a SB COP será um fórum empresarial voltado a contribuições para as COPs. “Essa é uma iniciativa da CNI, juntamente com atores do setor privado, para termos uma forma de participação mais efetiva da indústria nacional em Belém. A CNI atua como observadora em COPs, contribuindo com o governo nas negociações para a agenda de redução das emissões”, detalhou. “O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30, confirmou presença na CNI no dia 10 de março para iniciarmos uma caminhada em conjunto até a COP em novembro”, acrescentou Muniz.
Grupo quer contribuir com recomendações e assumir compromissos
O secretário-executivo da SB COP e superintendente de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, Davi Bomtempo, destaca que cada grupo vai elencar até três recomendações. “Dessa forma, o foco poderá ser mantido e as metas, de fato, alcançadas, com transparência e comprometimento das empresas nesse processo de transição sustentável”, explica Bomtempo.
A conclusão dos trabalhos resultará em uma agenda de recomendações que será apresentada pelo setor produtivo à Presidência da COP e ao governo, com a perspectiva de garantir o compromisso do setor privado com as metas para redução das emissões de GEE.
São esperados no lançamento da SB COP na segunda-feira (10), na sede da CNI, autoridades do governo e do Poder Legislativo, além do presidente da COP30, André Corrêa do Lago; a secretária-executiva da Presidência da COP 30, Ana Toni; e o chair da SB COP, Ricardo Mussa.