Redação Planeta Amazônia
Os indígenas desde o descobrimento do Brasil lutam pela preservação de suas terras, e ao longo do tempo essa situação se tornou a realidade de muitas aldeias, agora, um estudo publicado nesta quarta-feira, 11, pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) e pela Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira mostra que as terras indígenas isoladas na Amazônia são mais vulneráveis à degradação ambiental em comparação a territórios sem a presença indígena.
A pesquisa “Isolados Por um Fio: Riscos Impostos aos Povos Indígenas Isolados” destaca cinco fatores de risco que interagem diretamente nos direitos fundamentais dos povos indígenas isolados, ameaças como desmatamento, incêndios, grilagem, mineração e desestruturação de políticas públicas específicas foram consolidadas “expressivamente” nos últimos três anos (2019/2021).
O território estudado representa 49% dos focos de calor, com uso do fogo ligado à mineração e à grilagem, fatores que influenciam e geram consequências para a vida humana, como a dizimação dos povos indígenas isolados.
Desmatamento no último triênio (ago.2018 a jul.2021) no interior das Terras Indígenas com povos isolados
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O estudo analisou as 332 terras indígenas, sendo 44 povos nativos isolados na Amazônia, que juntos somam 653 km² de terras o equivalente a 62% da área de todas as terras indígenas no bioma. A pesquisa indica que doze estão sob risco “alto” ou “muito alto”. O estudo também destaca quatro em situação crítica imposta: TI Ituna/Itatá, no Pará; TI Jacareúba/Katawixi, no Amazonas; TI Piripkura, em Mato Grosso; e TI Pirititi, em Roraima
O coordenador-executivo da Coiab, Élcio Severino da Silva Manchineri, explica que a Amazonia brasileira é o lugar de maior concentração de povos nativos “A Amazônia brasileira é o lugar do mundo com a maior concentração de populações indígenas em situação de isolamento. Exigimos que o novo governo federal reverta o legado de destruição deixado pelo anterior, que desmantelou as políticas indigenistas e os nossos direitos”, disse Manchineri.
Segundo o Ipam, 34% dos 44 territórios com a presença de indígenas isolados na Amazônia não foram demarcados pela Fundação Nacional do Povos Indígenas (Funai). Além disso, os povos isolados tem a maior área (10,9%) com sobreposição de cadastros ilegais do que as sem isolados (7,8%). Elas são a metade dos territórios atingidos pelo garimpo.
“Os nossos territórios e dos nossos parentes isolados estão cada vez mais sendo invadidos por madeireiros, narcotraficantes, garimpeiros, e outros predadores de floresta, colocando em risco nossas vidas e daqueles que optaram por não interagir com a sociedade ocidental, após traumáticos encontros com os não indígenas”, disse o coordenador-executivo da Coiab.