Redação Planeta Amazônia
Conforme o Observatório Quilombola, existem oito comunidades tradicionais em Rondônia, localizadas no Vale do Guaporé, nos municípios de Costa Marques (Santa Fé e Forte Príncipe da Beira); São Francisco do Guaporé (Pedras Negras do Guaporé e Santo Antônio do Guaporé); São Miguel do Guaporé (Jesus); Alta Floresta do Oeste (Rolim de Moura do Guaporé) e Pimenteiras do Oeste (Laranjeiras e de Santa Cruz).
O governador Marcos Rocha destacou que, as comunidades remanescentes quilombolas são ouvidas e atendidas pelo Governo de Rondônia, por meio das visitas técnicas com atendimentos gratuitos contínuos, prestados pelos extensionistas da Entidade Autárquica de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia (Emater/RO).
‘‘As comunidades quilombolas do nosso Estado estão localizadas em uma região cheia de belezas naturais e rica em biodiversidade, e encontram apoio do Governo para defender o meio ambiente e desenvolver produções sustentáveis a fim de melhorar a qualidade de vida’’, afirmou o governador.
Comercialização do Pirarucu
Um exemplo da defesa conjunta do equilíbrio do ecossistema, entre o Governo e os quilombolas, é o controle de manejo do Pirarucu. Essa espécie de peixe invadiu os rios da bacia do Guaporé e devora outras espécies nativas de interesse econômico e alimentar para as populações tradicionais. A solução encontrada foi comercializar o peixe.
A comunidade quilombola Pedras Negras, envolvida na atividade, em São Francisco do Guaporé, recebeu assistência para emissão do Registro Geral de Pescador Profissional, e passou por capacitações para captura, processamento de pescado, inclusive produção de embutidos com carne de Pirarucu para a comercialização do peixe.
O trabalho é realizado por extensionistas da Entidade Autárquica de Assistência Técnica e Extensão Rural de Rondônia (Emater/RO), agentes ambientais da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sedam), pesquisadores da Fundação de Amparo à Pesquisa (Fapero) e da Universidade Federal de Rondônia (Unir), juntamente aos pescadores de comunidades ribeirinhas da região.
Boas práticas em Turismo
A comunidade de Pedras Negras possui um potencial para o turismo. No local, há cerca de 37 famílias e nove pousadas. Para ajudá-los, a Emater/RO realiza treinamento de atendimento ao turismo com a comunidade. Tanto as famílias responsáveis pelas pousadas como as das demais casas da comunidade foram ensinadas, também por técnicos da Emater/RO a cultivar hortas domésticas para a diversificação da alimentação.
Além disso, para impulsionar a cafeicultura na comunidade, o Governo de Rondônia destinou em 2022, gratuitamente, cerca de quatro mil mudas de café clonal do programa estadual Plante Mais, para assegurar um plantio sustentável e lucrativo. A comunidade também recebeu sementes de urucum e assistência para o plantio em 2,5 hectares. Essa é uma atividade agrícola considerada de baixo custo e com uma produtividade significativa.
Indústria de Farinha
Na comunidade de Santa Fé, em Costa Marques, há uma agroindústria de farinha, e a Emater/RO oferece assistência técnica para o plantio de mandioca, em uma área que ocupa cerca de 12 hectares, e resulta em uma colheita de 2,6 mil quilos de farinha por mês. A assistência técnica também se estende aos demais plantios das famílias quilombolas do município, em Santa Fé e Forte Príncipe da Beira, inclusive tendo como resultado produtores quilombolas que fornecem produtos para o Programa de Aquisição de Alimentos (PPA), tanto estadual quanto federal.
Assistência Técnica
O presidente da Emater/RO, Luciano Brandão reforçou que são diversos atendimentos que a Autarquia realiza com os produtores quilombolas para melhor ajudá-los a desenvolver suas produções. ‘‘Os extensionistas levantam as necessidades dos produtores quilombolas e levam soluções. Nosso objetivo é potencializar ainda mais as boas práticas da agricultura regenerativa sustentável nas comunidades quilombolas”, salientou.
Conforme a gerente do Escritório Regional da Emater/RO do Vale do Guaporé, Jaqueline Ribeiro Rosa, o Governo planeja ampliar e impulsionar as produções sustentáveis nas comunidades quilombolas do Estado, inclusive com distribuição, em breve, de mudas frutíferas, para colher ainda mais resultados no desenvolvimento e bem-estar social das famílias.