Redação Planeta Amazônia
As queimadas no ano de 2022 mantiveram os índices críticos dos últimos anos, sucumbindo 16,3 milhões de hectares durante os últimos 12 meses, uma área equivalente ao estado do Acre. Os dados indicam um aumento de 14% em áreas atingidas pelo fogo em relação ao mesmo período de 2021, segundo dados do Monitor do Fogo, uma plataforma que integra a rede colaborativa Mapbiomas, formada por ONG’s, Universidades e startups de tecnologia.
As mais consumidas pelo fogo foram as vegetações florestais e arbóreas, correspondendo a aproximadamente 2,8 milhões de hectares, quase o dobro de 2021. Desse total, 85% da área queimada estava apenas na Amazônia, que viu 30% de sua vegetação nativa ser destruída pelo calor. Em números relativos, porém, o Cerrado continua sendo o bioma mais afetado do Brasil, apesar de ter sofrido um pouco menos quando comparado a 2021, tendo 45% de sua extensão atingida pelo fogo no último ano.
No ranking de queimadas, os estados de Mato Grosso, Pará e Tocantins são os que mais concentram queimadas no Brasil. Mesmo áreas supostamente protegidas, como Unidades de Conservação Ambiental e Terras Indígenas, viram partes consideráveis de suas demarcações serem atingidas pelo fogo. É o caso do Parque Nacional do Araguaia; da Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins; do Parque Nacional das Nascentes do Rio Parnaíba; do Parque Indígena do Araguaia; da Terra Indígena Raposa Serra do Sol e do Parque Indígena do Xingu, que lideram os rankings de áreas protegidas devastadas.
Em outras regiões é observado que o mês de dezembro foi mais crítico, apresentando um crescimento de 90% das queimadas em relação ao mesmo período de 2021. Mais de 70% desse fogo atingiu áreas da Floresta Amazônica, das quais apenas três estados da Amazônia Legal (Maranhão, Pará e Roraima), corresponderam a mais da metade desse índice.
O estado do Acre ocupa o 7° lugar no ranking(8,2%) com o total de 11.840 focos de queimadas, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE,2022). Foi notificada a existência de queimada na principal reserva extrativista do estado, a Chico Mendes, uma das percussoras para a criação das reservas extrativistas no país, havendo uma intervenção do Instituto de Estudos Amazônicos (IEA) contra o governo federal.
