Redação Planeta Amazônia
Mais de 30 dias de programação vão marcar a temporada comemorativa dos 25 anos do Festival Amazonas de Ópera (FAO). A programação especial será aberta no dia 21 de abril e inclui além de óperas, concertos e recitais até o dia 28 de maio. Montagens exclusivas, títulos produzidos pela primeira vez no Brasil, homenagens e remontagens de obras premiadas nacionalmente serão levadas aos espaços culturais do estado, somando-se à história do festival, que completa um quarto de década e é considerado o maior do gênero na América Latina.
Para ilustrar a edição de 2023, quatro grandes títulos serão apresentados no Teatro Amazonas: a estreia de “O contractador dos diamantes”, de Francisco Mignone, que há mais de 70 anos não é apresentado no Brasil; “Anna Bolena”, de Gaetano Donizetti; “Piedade”, de João Guilherme Ripper, e a remontagem de “Peter Grimes”, de Benjamin Britten, sucesso de público no ano passado, e que rendeu o Prêmio Concerto, como melhor produção de ópera no país.
O festival traz também atrações destinadas ao público infantil. A obra amazonense “Curumim, o último herói da Amazônia, em busca da flor da vida”, de Mário Adolfo, será apresentada pela primeira vez no Teatro da Instalação, com entrada gratuita. E a nova produção do Pequeno Teatro do Mundo, ópera com marionetes, “O Navio Fantasma”, de Richard Wagner, cujo áudio foi gravado no próprio FAO.
Promovido pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa e da Agência Amazonense de Desenvolvimento Cultural (AADC), o Festival Amazonas de Ópera é um projeto aprovado na Lei de Incentivo à Cultura, Ministério da Cultura, Secretaria de Fomento e Economia da Cultura. Esta edição traz ainda na programação a Conferência Anual da Ópera Latinoamérica (OLA), que pela primeira vez terá uma edição no Brasil.
Para o secretário de cultura, Marcos Apolo Muniz, a complexidade das obras representa um dos diferenciais do Festival Amazonas de Ópera, sustentado ao longo dos 25 anos de realização no estado. “O festival posicionou o Teatro Amazonas em um patamar único, sendo reconhecido como um dos principais palcos líricos do cenário mundial. São mais de duas décadas de ópera, com uma programação constante, com títulos bem estudados pela direção artística e que são desafiadores. É um festival que consolidou o Amazonas na rota dos principais festivais de música do gênero”, afirma o secretário.
Segundo Marcos Apolo, o FAO transcende a cultura, pois movimenta a cadeia econômica produtiva do Amazonas. “O evento anual envolve profissionais especializados nas áreas de produção, iluminação, cenotécnica, maquinaria, sonoplastia, figurino, direção entre outras centenas de trabalhadores da cultura. É um festival que fomenta a geração de emprego e renda aos amazonenses”, pontua.
As obras operísticas se destacam pelo alto nível de execução musical, conduzida com excelência pelos corpos artísticos do estado, Amazonas Filarmônica e o Coral do Amazonas. A direção artística do festival é de Luiz Fernando Malheiro, que reveza a regência das obras com Marcelo de Jesus e Otávio Simões.
Os ingressos para as óperas estão à venda na bilheteria do Teatro Amazonas e no site shopingressos.com. Para os recitais, o concerto e as programações infantis, a entrada é gratuita.
Novos desafios da ópera
Pela primeira vez no Brasil, Manaus será a sede da Conferência Anual da Ópera Latinoamérica (OLA), entre os dias 18 e 21 de maio, no Centro Cultural Palácio da Justiça, avenida Eduardo Ribeiro, Centro. Reunindo representantes das principais casas de ópera do Brasil e secretários estaduais de cultura, o encontro prevê a definição de estratégias para atrair novas plateias, possibilidades de ampliação do gênero artístico, além de discutir os desafios na produção de ópera no Brasil.
Recurso para o festival
Nesta 25ª edição do FAO, será anunciada a criação do Fundo do Festival Amazonas de Ópera, composto por uma diretoria e um conselho de patronos, para adesão de futuros patrocinadores da arte e cultura. Os recursos angariados visam fortalecer a sustentabilidade financeira a longo prazo do festival, ampliar a qualidade e o prestígio internacional do maior festival de música clássica da América Latina. “Com uma rede forte de financiamento, teremos condições de fazer a ópera, que é a arte que une todas as artes, ser a voz da Amazônia para o mundo, ampliando sua relevância artística global”, finaliza a diretora-presidente do Fundo, Flávia Furtado, também diretora executiva do FAO.