Redação Planeta Amazônia
Na manhã de terça-feira (29), o Governador de Roraima, Antonio Denarium, assinou o decreto que institui a Operação Verão Sem Fogo, ação preventiva e educativa no combate aos incêndios durante o período de estiagem. A operação, conduzida de forma integrada com diversas secretarias de Estado, foi lançada no Quartel do Comando-Geral do CBMRR (Corpo de Bombeiros Militar de Roraima).
Com o objetivo de minimizar os impactos da seca para o meio ambiente, setor produtivo e saúde pública, a operação realizará ações educativas e preventivas junto à população. O Gabinete Integrado da Operação Verão Sem Fogo será responsável por planejar e executar atividades de prevenção, mitigação, resposta e recuperação em caso de desastres naturais, funcionando em coordenação com o Centro Integrado Multiagência de Coordenação Operacional Nacional, sob a liderança da Casa Civil e da Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil.
O governador Antonio Denarium destacou a importância da sensibilidade no uso do fogo, lembrando que pequenos focos podem se transformar em incêndios de grandes proporções. “Contamos com 500 bombeiros militares e 230 brigadistas atuando para controlar os focos de incêndio florestal e urbano. Esses incêndios causam prejuízos financeiros e graves riscos à saúde,principalmente para crianças e idosos com doenças respiratórias”, ressaltou o governador.
Denarium enfatizou a necessidade de educar motoristas para não descartarem bitucas de cigarro nas estradas e de orientar agricultores sobre a importância de evitar queimadas sem a devida autorização. “A operação prevê o acompanhamento das queimadas controladas, que acontecerão de 1º a 15 de novembro, com monitoramento da Defesa Civil e dos Bombeiros. Todos precisam ter conhecimento sobre a importância de evitar o uso irresponsável do fogo”, afirmou.
Em 2024, já foram registrados 4.848 focos de incêndio em Roraima, representando cerca de 3% do total no Brasil.
Ações de prevenção e incentivo à economia de água
O presidente da Caer (Companhia de Águas e Esgotos de Roraima), James Serrador, alertou para o uso consciente da água, enfatizando que, durante a estiagem, tanto os poços quanto o Rio Branco têm sua capacidade de produção reduzida.
“Estamos investindo na perfuração de novos poços artesianos em diversas comunidades e vilas, mas é fundamental que a população faça sua parte economizando água. No interior, já perfuramos cerca de 13 poços e cinco na capital”, explicou.
Durante a coletiva de imprensa, foram anunciadas diversas ações de combate aos incêndios florestais, incluindo a contratação de 260 brigadistas que atuarão em 25 bases avançadas, junto aos 364 bombeiros militares já mobilizados. A operação também contará com campanhas de sensibilização e incentivo à redução de queimadas em áreas urbanas e rurais.
O comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar de Roraima, coronel Anderson Matos, reforçou a importância do trabalho integrado entre os órgãos estaduais e federais. “A estiagem afeta a todos e demanda uma atuação solidária. Pedimos à população que, ao identificar focos de incêndio, ligue para o número 193. A operação será contínua até o final do período de seca, que deve ir até abril”, afirmou.
O presidente da Femarh (Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos), Wagner Severo, anunciou que o calendário de queimadas controladas será de 1º a 15 de novembro, com monitoramento constante das condições climáticas para ajustes nas datas. “Aqueles que precisam fazer uso do fogo devem requisitar autorização à Femarh e seguir as orientações para uma queima segura e sustentável”, destacou.
Outras ações preventivas no interior do Estado incluem:
– Limpeza de cabeceiras de pontes de madeira;
– Mapeamento de pontos sensíveis a incêndios florestais;
– Distribuição de água potável e cestas de alimentos a pessoas afetadas;
– Escavação de bebedouros para animais nas regiões com maior seca.
Incêndio ilegal é crime e pode levar à prisão de autores
O delegado adjunto-geral da Polícia Civil, Luciano Silvestre, reforçou que atear fogo sem autorização é crime e pode resultar em prisão em flagrante. “Recomendamos que a população tenha consciência, principalmente neste momento de estiagem e seca. O crime de incêndio é grave e pode acarretar uma pena de mais de dois anos de prisão”, finalizou o delegado.