Redação Planeta Amazônia
Produtores de soja do estado devem estar atentos para o encerramento do calendário de semeadura de soja. A orientação é do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf). Estabelecido pela Portaria nº 840 do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o período de semeadura no Acre se iniciou em 21 de setembro e se encerra em 29 de dezembro de 2023.
O objetivo do Calendário de Semeadura é reduzir ao máximo possível o inóculo da doença ferrugem asiática da soja, considerada uma das mais severas que incidem na cultura, e permitir a antecipação da semeadura de outras culturas plantadas após a soja, no período de safrinha.
Com isso, é possível realizar melhor aproveitamento hídrico no campo. Segundo Ligiane Amorim, coordenadora do Programa das Grandes Culturas do Idaf, e Sandra Teixeira, coordenadora de educação sanitária vegetal, é preciso seguir o alendário, para que não haja uma crise sanitária e nem danos econômicos ao Estado e aos produtores.
A ferrugem asiática é uma doença causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi e preocupa produtores de soja e trigo. O seu principal dano é a desfolha precoce, impedindo a formação completa dos grãos, ocasionando a redução da produtividade. A doença foi diagnosticada pela primeira vez no Brasil em 2001 e, desde então, devido à facilidade de disseminação do fungo pelo vento, ocorre em praticamente todas as regiões produtoras de soja do país.
Ações para proteger produção de soja no Acre
De acordo com a publicação Agropecuária Brasileira – Evolução, Resiliência e Oportunidades, editada pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), o agronegócio do Acre bateu recordes de produtividade e se destaca cada vez mais em nível nacional; as safras de milho e soja são as maiores dos últimos 30 anos. O volume saltou de 61,3 mil toneladas no início da década de 1990 para 178,6 mil toneladas em 2022. A área plantada é estimada em 11,9 mil hectares.
Em setembro, o Idaf, em conjunto com o Programa Nacional de Controle da Ferrugem Asiática da Soja, anunciou o calendário oficial de semeadura do grão para a safra de 2023/2024. A medida visou proteger a produção e manter a saúde das plantações em todo o estado.
Já em dezembro, foi realizado o cadastro de propriedades produtoras e a vigilância constante das áreas por auditorias fiscais estaduais do Idaf. Na matéria, foi informado que a cultura da soja foi implantada com sucesso nas safras de 2023 e 2024, abrangendo uma extensão de 300 hectares de campo e sem registros de infestações por pragas.
Desta forma, o Idaf adverte que plantios realizados fora da janela de semeadura podem favorecer o desenvolvimento da ferrugem asiática da soja, devido ao cultivo da cultura na safrinha.
O cultivo de lavouras em sequência e na mesma área, ou seja, soja plantada sobre soja, acarreta o aumento de aplicações com fungicidas e, consequentemente, acelera a perda de eficiência de produtos utilizados para controlar a doença, promovendo a disseminação danosa do fungo às propriedades produtoras.