Manifestação cultural do Amapá relembra tradição de comunidades quilombolas

Redação Planeta Amazônia

É com a cadência das caixas de percussão, o balançar das bandeiras e o som dos ladrões, como são chamadas as cantigas tradicionais, que os seis grupos que realizam o Ciclo do Marabaixo fazem a retirada, neste sábado, 13, dos mastros nas matas da comunidade quilombola do Curiaú.

A abertura oficial da celebração ocorreu com a entrega da Central do Marabaixo  pelo Governo do Amapá, em 31 de março. A festa teve exposição de artigos da cultura marabaixeira, como vestimentas, caixas, degustação de gengibirra e cozidão, feira de artesanato, além de várias apresentações dos grupos culturais ao longo da noite.

A retirada dos mastros é feita pelos grupos Berço do Marabaixo, Raimundo Ladislau, Marabaixo do Pavão, Associação Zeca e Bibi Costa (Azebic), União Folclórica da Campina Grande e Santíssima Trindade de Casa Grande.

A atividade é um dos pontos altos das celebrações em homenagem ao Divino Espírito Santo e à Santíssima Trindade, que também reforçam a conscientização ambiental. Para cada árvore retirada, uma muda da mesma espécie é plantada como uma forma de preservar a natureza e reafirmar o respeito às matas.

Esse é o momento na programação em que todos os grupos se reúnem, e para celebrar esse encontro, como manda a tradição, é oferecido um almoço para festeiros e visitantes, além das caixas rufando no chamado “marabaixão”. “É um momento de integração entre as comunidades realizadoras”, diz a coordenadora da União Folclórica de Campina Grande, Solange Costa.

Ainda no sábado, na comunidade que Solange faz parte, acontece uma roda de marabaixo. Também terá festejo e levantamento do mastro no barracão Tia Gertrudes, do grupo Berço do Marabaixo. As celebrações continuam no domingo, 14, quando é a vez dos barracões Marabaixo do Pavão, Raimundo Ladislau e Azebic.

Patrimônio do Brasil

O Ciclo do Marabaixo, realizado pelas famílias tradicionais do Amapá, é reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde novembro de 2018. 

Essa manifestação típica reúne danças de roda, percussão, cantigas que relatam o cotidiano da população quilombola amapaense, somadas às festas do catolicismo popular, e inicia sempre no Sábado de Aleluia, no mês de maio, e se estende até o domingo seguinte a Corpus Christi.

By emprezaz

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