Mulheres ganham protagonismo na cadeia da borracha no estado do Acre

Redação Planeta Amazônia

Dar às mulheres da floresta o valor e o lugar que elas merecem é um dos objetivos do projeto Mulheres da Borracha. Desenvolvido pela empresa Veja/Vert, por meio do Departamento Zelar, responsável pela política socioambiental da empresa, o projeto é conduzido em parceria com a SOS Amazônia e o Instituto de Desenvolvimento Social e busca reconhecer, valorizar e ampliar a consciência das mulheres sobre a importância de sua participação na produção de borracha como também no ambiente familiar e social.

 

Com o lema “borracha sustentável é produção familiar’, o projeto evidencia que as mulheres também estão envolvidas nas diversas etapas da cadeia produtiva, desde o corte, passando pelo beneficiamento do látex até a comercialização. Para muitas mulheres, ainda é uma surpresa se reconhecer como seringueiras ou extrativistas, já que, até então, elas estavam condicionadas à função de ajudante e quem sempre respondia pela atividade era o pai, o marido, o irmão…

Sair desse “lugar de sombra” e reconhecer-se como mulher extrativista parece algo simples, mas representa uma grande conquista, principalmente, se considerarmos que, na história da ocupação da Amazônia, as mulheres foram invisibilizadas ao longo desse processo e, historicamente, os homens ocuparam os lugares de poder, de tomada de decisão e de reconhecimento. A desigualdade entre homens e mulheres na cadeia da borracha é reflexo, portanto, de uma estrutura social dominada pelo patriarcado e tem raízes profundas na formação social do Acre.

Gabriela Antonia à margem do Rio Tejo, na Resex do Alto Juruá, recepcionando as participantes/foto: Fiama Natacha

A jovem Liliane Martins, de 29, nasceu em uma família de seringueiros, mas somente agora pretende se dedicar à atividade dos pais, tios e avós. Ela foi uma das 862 mulheres que participaram de oficinas realizadas pelo projeto.  Ao contrário do que aconteceu com outras mulheres de sua família, Liliane pretende cuidar de tudo e ficar em posição de destaque. “Minha avó contava que, antes, ela e o esposo trabalhavam na estrada de seringa, mas só quem levava o nome era meu avô. Sendo que ele somente abria a estrada e era ela quem cortava, colhia e defumava o látex”, diz Liliane.

Para reverter esse cenário, o projeto Mulheres da Borracha está alinhado aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU para que, até 2030, as mulheres estejam em equidade com os homens em relação a salários, informações, direitos e oportunidades. “Nós, da SOS Amazônia, temos esse privilégio de conduzir esse projeto pioneiro, específico para mulheres ligadas à cadeia da borracha”, celebra Gabriela Antonia, coordenadora do projeto Mulheres da Borracha.

By emprezaz

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