Em Conferência da ONU sobre a água, SDSN Amazônia denuncia ações predatórias e defende desenvolvimento sustentável na região 

Redação Planeta Amazônia

As ações predatórias que atingem as bacias hidrográficas da Amazônia e a importância do desenvolvimento sustentável para a região foram temas abordados pela secretária executiva da Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (SDSN), Júlia Garcia, durante a Conferência da ONU sobre a Água, considerado o principal encontro temático em mais de uma década. O evento aconteceu, semana passada, em Nova Iorque, reunindo grandes lideranças na área ambiental.

A Fundação Amazônia Sustentável (FAS) é responsável pela secretaria executiva da SDSN Amazônia. A Conferência da ONU sobre a Água é uma iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU), junto da Holanda e Tajiquistão, países com desafios relacionados ao aquecimento global e acesso à água potável, respectivamente.

Durante três dias, chefes de Estado, representantes de iniciativas privadas e ativistas da sociedade civil debateram propostas e articularam soluções para honrar as metas da Agenda 2030, especialmente sobre o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 6: “Água Potável e Saneamento”. Outros pontos de destaque foram justiça climática, aquecimento global e tensões políticas entre países.

Júlia Garcia, secretária executiva da SDSN durante Conferência da Água nos EUA/foto: Júlia Garcia_ FAS

Na sua apresentação, Júlia destacou as atividades predatórias que impactam a saúde das bacias hidrográficas da Amazônia e comprometem o ecossistema local.  “O crescimento do garimpo, desmatamento, agronegócio e ocupações irregulares afetam, entre outros pontos, a pureza das águas naturais. Quem bebe e as utilizam para sobreviver, sejam animais ou humanos, colocam suas vidas em risco. Sem esquecer que com menos vegetação, os incêndios florestais aumentam, a incidência de chuvas diminui e vemos as mudanças climáticas chegando a um ponto irreversível”. Ainda segundo Júlia, o “acesso à água potável e saneamento básico é um direito social presente em todo o mundo, inclusive no Brasil. Mas em pleno 2023, ainda parece ser uma garantia elitista para a maioria da população”, complementou.

Segundo dados do Instituto Trata Brasil, com base no Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) de 2021, aproximadamente 35 milhões de brasileiros não têm acesso à água potável, enquanto 100 milhões carecem de rede de esgoto.

Junto a isso, estatísticas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), por meio do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), apontam que o garimpo em Terras Indígenas (TIs) da Amazônia aumentou em 787%, entre 2016 a 2022. Os resultados são poluição em águas dos rios da área, como o Baixo e Médio Tapajós, e o aumento de doenças em moradores da região, incluindo outras etnias indígenas e povos tradicionais.

By emprezaz

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