Redação Planeta Amazônia
Os dados divulgados do ano de 2022 mostraram que o desmatamento na Amazônia é real, assim como o garimpo que vem avançando e destruindo áreas das comunidades indígenas. Diante disso, asorganizações internacionais pediram ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) medidas urgentes para proteger a Amazônia em geral e para enfrentar a grave crise humanitária que atinge os indígenas yanomami, assolados pela fome e doenças.
Em declaração divulgado na terça-feira, 24, a organização Survival Internacional acusou o governo do ex-presidente de Jair Bolsonaro (PL) pela grave situação enfrentada pelos yanomami. “Ele desmantelou o serviço de saúde indígena; aplaudiu a expansão de garimpos em territórios indígenas; e ignorou os apelos desesperados de organizações indígenas, da Survival e de muitos outros quando a escala da crise ficou clara”, afirma o texto.
Na publicação, a organização acusa o garimpo pelo desastre humanitário dos yanomami. “A crise de saúde catastrófica e sem precedentes que envolve o povo Yanomami é um genocídio que estava em andamento há anos”, destaca.
A Survival pediu ainda ao governo Lula, a implementação urgente de uma lista de pontos para conter a crise, que incluem a expulsão dos garimpeiros, o envio de equipes médicas, a investigação sobre quem lucra com o garimpo ilegal, o combate ao narcotráfico e a proteção das terras indígenas.
A organização de direitos humanos Human Rights Watch (HRW) também pediu ao governo Lula a adoção de medidas urgentes para enfrentar a crise na Amazônia e restabelecer o Estado de direito na região. “O que estamos vendo na Amazônia é tanto uma crise ambiental quanto uma crise de direitos humanos. O governo Lula deveria mobilizar o governo em todos os níveis e coordenar com o Ministério Público o combate às redes criminosas responsáveis pela destruição do meio ambiente e pela violência fatal”, afirmou a diretora da HRW no Brasil, Maria Laura Canineu.
Nesta quinta-feira, 26, a ONG chegou a apresentar um relatório sobre o impacto das redes criminosas envolvidas na grilagem de terras e na extração ilegal de madeira dentro de um assentamento no Pará. Desde 2016, a comunidade Nossa Terra é alvo de grileiros, porém, nada foi feito para removê-los. “A realidade na nossa terra evidencia como a inação do governo tem permitido a grilagem e a destruição ambiental, impulsionando a violência, acabando com meios de subsistência e, consequentemente, aumentando a pobreza”, afirma a organização.
A organização HRW pediu também que o governo de Lula desenvolva um plano para a proteção da Amazônia que vise uma atuação conjunta de órgão federais, polícias, ministérios públicos e governos estaduais “para a prevenção e a responsabilização por crimes ambientais e pela violência, inclusive desmantelando as redes criminosas” que atuam na região amazônica.