Ila Verus
Dona Marizete Silva da Rocha, de 48 anos, e o marido, Francisco, desde 2015 acolhem crianças em sua casa. A família grande, de cinco pessoas nunca foi impedimento para o casal acolher seis crianças de idades variadas. A primeira que receberam tinha cinco anos.
Dona Marizete fala com brilhos nos olhos que a experiência é maravilhosa, que acolher e contribuir para o futuro de uma criança não tem preço. “Quando aquela criança vai embora a gente fica com uma saudade, mas com aquele sentimento de que a criança está indo para sua família, que fizemos a nossa parte, bate uma felicidade, eu fico feliz, principalmente quando a criança volta para seu lar familiar, porque é triste quando a criança volta para um abrigo, porque você fica pensando que falhou”.
Dona Marizete e seu esposo Francisco. Foto: Ila Verus
A família começou a acolher crianças através do projeto “Família acolhedora”, uma ação que tem o apoio do Tribunal de Justiça do Acre e é desenvolvida pela Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos de Rio Branco. O programa seleciona famílias e indivíduos e fornece capacitação para receber, em suas residências, até duas crianças, em regime de guarda provisória.
Até então, a única recompensa que as famílias recebiam era o amor e a certeza que ajudaram uma criança a voltar para seu lar. Agora, o prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, sancionou uma lei que prevê um salário mínimo para as famílias que acolhem crianças em sua casa como lares provisórios.
Ato de assinatura da lei sancionada pelo então prefeito de Rio Branco Tião Bocalom. Foto: Ila Verus
“A prefeitura de Rio Branco faz um grande ato de amor pelas mãos do nosso Tião Bocalom e da nossa câmara de vereadores. A todos nosso muito obrigado, nossas crianças vão agradecer porque eles precisam de colo e de amor”, disse a desembargadora Regina Célia Ferrari Longuini, em um discurso emocionado.
30 famílias cadastradas receberão o auxílio que beneficiará 30 crianças do sistema social de Rio Branco.
Prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom em fala no dispositivo de honra. Foto: Ila Verus
“Este é um ato de humanidade que estamos firmando. Eu estou muito feliz em poder fazer parte desse momento que faz a diferença na vida de muitas crianças de Rio Branco”, finalizou o prefeito da capital acreana.
O Coordenador de serviço de acolhimento familiar, Crispim Saraiva Machado Filho, explica que o procedimento para acolhimento de uma criança começa com o conselho tutelar que verifica se há uma vulnerabilidade social no ambiente familiar da criança. Identificada alguma irregularidade é encaminhada para o Tribunal de Justiça.
“O tribunal é a nossa porta de entrada, o juiz determina o acolhimento familiar, que tem prioridades de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente. Em vez dessa criança ir para um acolhimento institucional, ela vai ficar no seio de uma família, cadastrada, bem acompanhada pelos nossos psicólogos e assistentes sociais”, destacou o coordenador.
Ainda na solenidade, a prefeitura homenageou cinco famílias acolhedoras presentes, que receberam uma placa de agradecimento pelo amor doado aos pequenos.
Momento de entrega das placas de homenagem as 5 famílias acolhedoras presentes. Foto: Ila Verus