Novos profissionais de saúde serão enviados para Distritos Indígenas

Redação Planeta Amazônia

O Ministério da Saúde vai aumentar em 51,5% o número de médicos nos Distritos Sanitários Especiais de Saúde Indígena (Dsei). A ação vai ser alcançada com a chamada de 117 intercambistas – médicos brasileiros formados no exterior – do Projeto Mais Médicos para o Brasil. Eles serão distribuídos em 29 Dseis, sendo 14 para o território Yanomami, que enfrenta uma situação de Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional.

A ida dos médicos acaba sendo uma resposta a um apelo feito ontem, 13, pelo líder Yanomami, Davi Kopenawa, durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Roraima. Lula esteve participando da 52ª Assembleia Geral dos Povos Indígenas que foi realizada na Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima. Kopenawa pediu um reforço nas equipes médicas que atendem as comunidades indígenas, bem como de medicamentos e equipamentos, para evitar mais mortes entre os yanomami.

Nessa segunda-feira,13, os profissionais passaram por treinamento e receberam as boas-vindas no Ministério da Saúde. Os profissionais também puderam conhecer as secretarias de Atenção Primária à Saúde (Saps) e de Saúde Indígena (Sesai). Atualmente, os 34 Dseis do país contam com 227 profissionais em atuação.

Nésio Fernandes, secretário de Atenção Primária à Saúde, destacou durante a mesa de abertura que a iniciativa é primordial para atender os indígenas que “estão morrendo nos territórios por condições preveníveis”. “Como gestor público e como médico, entendo a importância de reforçar o acolhimento dos povos originários. Eles já poderiam, há um bom tempo, estar sendo atendidos, mas estão sofrendo com a desassistência deixada”, destacou.

O chamamento realizado pela Pasta da Saúde contempla médicos brasileiros e naturalizados com formação no exterior e, durante o discurso, Nésio também aproveitou para saudá-los. “Sejam bem-vindos à nossa nacionalidade. Nascidos em solo brasileiro ou não, todos são chamados para construir um país de justiça social e construir um sentimento de unidade”, afirmou. Nésio completou que o cuidado primário nos territórios está fragilizado. “A causa das mortes dos nossos povos originários é fome, desnutrição e malária. As intervenções são antibióticos, comida, dignidade e valor à vida humana”, ressaltou.

A representante do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Marcela Alvarenga, destacou aos profissionais presentes que são eles a porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS). “Vocês estão indo para territórios que estavam esquecidos, abandonados, para atender uma população que precisa muito desse trabalho”, destacou.

Formação

O Secretário-adjunto de Atenção Primária à Saúde, Felipe Proenço, detalha como funcionará o envio das equipes. “Temos dois grupos de intercambistas que vão para a área indígena e começam essa inserção a partir da próxima semana. O primeiro grupo é o que já passou pelo programa e pelo módulo de acolhimento e avaliação. Eles estão em Brasília, vão passar pela formação e atualização em saúde indígena e, depois, vão para os Dseis”, conta.

Proenço acrescenta que o segundo grupo ainda não foi treinado pelo programa e, portanto, deve passar pela formação e protocolos, para estarem aptos a atender os municípios. Ele detalha que, para Roraima, estado que enfrenta a situação de emergência, serão enviados 19 profissionais ao todo.

Felipe Proenço  também avalia que o edital corrige uma falha do governo anterior. “(O edital) já havia sido lançado em julho do ano passado e os médicos poderiam estar atuando nos Distritos Indígenas desde setembro. Sabemos da situação de grave desassistência dessas áreas, mas o edital não teve seguimento na gestão anterior”, pontua.

By emprezaz

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