Estudo inédito do AP e dos EUA analisam idade de árvores gigantes da Amazônia

Redação Planeta Amazônia


Muitas árvores da Amazônia são vegetações antigas, com vestígios de uma longa história, mas agora vão poder ter sua idade descoberta, através de um estudo inédito conduzido por pesquisadores do Brasil e dos Estados Unidos.

A pesquisa sobre as árvores gigantes encontradas na divisa dos estados do Amapá com o Pará, vai poder estimar com precisão, a idade da maior castanheira já registrada no país, de 66 metros de altura, e dos Angelins vermelhos que chegam a 88 metros.

O estudo analisa a idade das espécies dos santuários das árvores gigantes e no entorno, contemplando as espécies de cedrela odorata (cedro), bertholletia excelsa (castanheira do Pará) e a diniza excelsa (angelim vermelho).

O estudo é feito por da coleta de amostras nas árvores, realizada durante a última expedição do projeto Monitoramento Integrado das Árvores Gigantes da Amazônia, entre os dias 15 e 21 deste mês.

As coletas foram realizadas pelos pesquisadores na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Iratapuru (RDSI) e da Reserva Extrativistas do rio Cajari (Resex), ambas no extremo sul do Amapá com apoio de estudantes de engenharia florestal e por pessoas de comunidades próximas às regiões das reservas onde as árvores estão.

O estudo é realizado pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amapá (Ifap) com apoio e financiamento da Universidade do Arkansa, nos EUA.

O coordenador do projeto e pesquisador do campus Laranjal do Jari do Ifap, Diego Armando, descreveu o importante passo na nova frente de pesquisa sobre as árvores.“O objetivo maior era coletar materiais que permitissem estimar com precisão a idade das maiores árvores da Amazônia e suas vizinhas. Em princípio, os pesquisadores já sabem que se tratam de árvores centenárias com pelo menos, 150 anos de vida”, informou Armando.

Diego acrescentou ainda que essa é uma informação que pesquisadores de todo o mundo têm interesse em conhecer, e vai ajudar a entender quais fatores levaram ao desenvolvimento diferenciado das árvores nesta região.

Pesquisadora Daniela Granato avalia cedro – Foto: Francisco Barbosa/Arquivo Pessoal

A expedição mapeou e coletou aproximadamente 50 indivíduos ou espécimes de cedro e duas de castanheira. A coleta de angelim vermelho será feita ainda este mês, de acordo com os pesquisadores.

A pesquisadora Daniela Granato, da Universidade de Arkansa (EUA), em uma avaliação nos anéis de crescimento dos cedros estima que as árvores desta espécie localizadas ao redor das “gigantes” possuem cerca de 150 anos.

“A nossa pesquisa no laboratório de endocrinologia é voltada para o estudo do clima passado, utilizando anéis de crescimento de árvores de florestas. A cedrela odorata é uma das espécies que melhor mostra os anéis de crescimento. Estimasse que a Floresta Amazônica tenha uma biodiversidade de 16 mil espécies só de árvores”, informou Granato.

A pesquisa de campo e os próximos passos com análises em laboratórios conta com a participação de outras instituições como a Universidade Federal de Lavras (UFLA), a Universidade Federal do Vales Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) e o Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe).

By emprezaz

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