Evento inédito sobre ciência e meio ambiente é realizado em Belém, reúne cientistas de vários países e discute o futuro da Amazônia

Redação Planeta Amazônia

Começou nessa quarta-feira,8, em Belém, a “I Conferência para uma Amazônia que Queremos”. O encontro reforça que a capital paraense está pronta para receber a Conferência do Clima das Nações Unidas (COP30), a ser realizada em 2025. A cidade é a candidata brasileira para sediar o evento.

A Conferência, que faz parte do Painel Científico para a Amazônia (SPA, da sigla em inglês), tem o apoio do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas). Ela é a oportunidade para que sejam conhecidas propostas dos governos amazônicos, iniciativas da sociedade civil organizada e da comunidade científica internacional para a conservação do bioma amazônico, com sua biodiversidade e desenvolvimento regional sustentável. O evento também é um espaço no qual se busca receber sugestões de temas prioritários e ações que o Painel Científico para a Amazônia deveria considerar na construção de seu Plano Estratégico 2023-2025.

Conferência irá contar com paineis, reuniões técnicas e mesas redondas/foto: Davi Alves -AGPará

Para o cientista e copresidente do SPA, Carlos Nobre, a reunião é um momento importante na consolidação de Belém como sede de um dos maiores eventos mundiais sobre meio ambiente. “É muito significativo que a gente esteja reunindo no comitê científico do painel uma série de outros cientistas para dar continuidade ao trabalho do Painel para os próximos anos. Nós estamos muito esperançosos que, de fato, a COP 30 aconteça aqui em Belém em 2025 e nós queremos, antes da COP 30, lançar o próximo relatório do Painel”, afirmou.

O governador  Helder Barbalho, participou  do painel “A Amazônia no Centro do Desenvolvimento Sustentável do Brasil”, e destacou que o Pará está à frente na pauta ambiental ao possuir um arcabouço legal construído para a implementação. O Pará é o único estado brasileiro a ter um Plano Estadual de Bioeconomia, e se dedica, neste segundo momento de gestão, a efetivar as medidas elencadas na Política Estadual de Mudanças Climáticas (PEMC) e no Plano Estadual Amazônia Agora (PEAA) tendo como os dois principais eixos, a bioeconomia e o plano de restauração florestal. Somado a isso, o governo trabalha também na construção do seu sistema jurisdicional de Redução de Emissões provenientes de Desmatamento e Degradação Florestal (Redd+).

Governador do Pará, Helder Barbalho, participa de painel temático na Conferência/foto: Davi Alves -AGPará

“Nós precisamos fazer com que a floresta viva seja o grande recurso deste conceito econômico. Hoje, nós já temos um mercado voluntário e o Brasil precisa construir um mercado regulado de crédito de carbono para que a floresta seja um ativo econômico, para que a floresta, a partir da captura do carbono seja uma nova commodity global”, destacou Barbalho.

Programação

No primeiro dia da Conferência, a programação contou ainda com os painéis: “Principais descobertas e recomendações do trabalho do SPA”; “Painel científico para a Amazônia e a cooperação transfronteiriça”, além de duas mesas redondas com a temática: “Um diálogo com grupos de interesse da Amazônia”. Nos dois dias seguintes, as sessões técnicas ocorrerão reunindo cientistas brasileiros e estrangeiros e pesquisadores paraenses.

Produtos originados de pesquisas também ganharam espaço no evento/foto: Davi Alves – AGPará

Além das discussões realizadas nos painéis e mesas redondas, a Conferência também reserva um espaço para a exposição de pesquisas como a realizada pela equipe da mestranda no curso de pós graduação em Ciências Farmacêuticas da Universidade Federal do Pará (UFPA), Brenda Costa Conceição. O foco do trabalho é identificar espécies que tenham ação antiinflamatória, analgésica e de ação também no sistema nervoso central, com ação neuroprotetora.

SPA –  O Painel Científico para a Amazônia, inspirado no Pacto de Letícia, assinado em setembro de 2019, é a primeira iniciativa científica de alto nível dedicada exclusivamente à Pan-Amazônia. O SPA, que possui, atualmente, a adesão de mais de 240 cientistas, é organizado sob os auspícios da Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável (SDSN), uma iniciativa global para as Nações Unidas.

By emprezaz

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